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Lei do Bem é o divisor de águas da saúde pública no Brasil; como isso é possível?

Por Gabriela Epitácio*

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Combinando nanotecnologia e incentivos fiscais, o Brasil pode revolucionar tratamentos de doenças complexas e se posicionar como líder em inovação

As doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e o Parkinson, têm se mostrado um desafio cada vez maior para a saúde pública global. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, mais de 50 milhões de pessoas possuem alguma doença neurodegenerativa no mundo - e as projeções indicam que esse número pode chegar a 150 milhões até 2050. No Brasil, cerca de 8% da população idosa - aproximadamente 2 milhões de pessoas - são afetadas por essas doenças, conforme dados do Ministério da Saúde.

Esse cenário alarmante evidencia a urgência de soluções inovadoras e acessíveis para transformar o tratamento de doenças complexas. É nesse contexto que a utilização de nanotecnologia surge como uma solução inovadora, trazendo avanços significativos para o tratamento de doenças complexas. A nanotecnologia consiste na manipulação da matéria em escala atômica e molecular, podendo ser utilizada para desenvolvimento de propriedades em materiais que beneficiam diversos campos de conhecimento, como a medicina, eletrônica e outros.

Um exemplo é o desenvolvimento de géis transdérmicos, que utilizam nanopartículas para transportar princípios ativos diretamente às áreas afetadas no corpo. Essa abordagem elimina a necessidade de medicamentos invasivos, como injeções, reduz efeitos colaterais e garante maior eficácia no tratamento. No Brasil, onde desafios logísticos dificultam o acesso a terapias, esses avanços oferecem soluções práticas e acessíveis, atendendo com maior rapidez às necessidades dos pacientes.

Além disso, o campo da nanotecnologia também possibilita avanços no desenvolvimento de nootrópicos e outras fórmulas cognitivas. Esses produtos têm o potencial de retardar a progressão de doenças como Alzheimer e Parkinson, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e reduzindo os custos de tratamentos prolongados.

Lei do Bem cria ambiente favorável para inovação na saúde

Para superar as barreiras de custo e viabilidade tecnológica, a Lei do Bem emerge como um divisor de águas. Por meio de incentivos fiscais, ela permite que empresas reinvistam parte dos tributos em pesquisa e desenvolvimento, favorecendo o crescimento de projetos de inovação no país. Essa política pública não apenas alivia o peso financeiro dos investimentos, mas também cria um ambiente mais favorável à inovação, facilitando a execução de projetos complexos na área da saúde.

Com suporte da Lei do Bem, projetos que antes estariam fora do alcance de muitas empresas passaram a ser viáveis, ampliando o horizonte para tecnologias inovadoras no tratamento de doenças. Essa legislação fortalece a indústria nacional ao tornar o Brasil um centro de desenvolvimento tecnológico, capacitando o país a competir com o mercado internacional e a reduzir sua dependência de soluções estrangeiras. Esse estímulo à criação de tecnologias estratégicas é essencial não apenas para a economia, mas para a segurança sanitária e o desenvolvimento social do país.

Futuro promissor para a saúde pública brasileira

As possibilidades abertas pela nanotecnologia transformam o paradigma do cuidado com doenças neurodegenerativas. Soluções como géis transdérmicos e fórmulas cognitivas prometem não apenas melhorar a vida dos pacientes, mas também diminuir os custos e impactos dos tratamentos no sistema de saúde pública.

Além disso, as perspectivas de avanços no tratamento de Alzheimer e Parkinson, ainda que preliminares, apontam para um futuro em que a tecnologia desempenhará um papel central no combate a essas condições. Acredito que esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas robustas que apoiem o ecossistema de inovação, como a Lei do Bem.

O Brasil tem a chance de consolidar-se como um polo de referência em saúde tecnológica, integrando ciência, inovação e acessibilidade. A combinação entre os avanços da nanotecnologia e o suporte estratégico da Lei do Bem demonstra que é possível criar soluções de impacto global a partir de esforços nacionais.

Ao alavancar a saúde pública e estimular a economia, o Brasil se posiciona como referência em inovação e acessibilidade. Não me resta dúvidas que a Lei do Bem, mais do que um incentivo fiscal, é o motor que transforma ideias em soluções concretas, provando que ciência e tecnologia podem construir um futuro mais promissor para a sociedade.


*Gabriela Epitácio
Engenheira Sanitarista especialista pela Fiocruz

 

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