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Opinião Segunda-feira, 11 de Novembro de 2019, 19:15 - A | A

Segunda-feira, 11 de Novembro de 2019, 19h:15 - A | A

Opinião

Mobilidade urbana

Por Oscar D’Ambrosio*

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As numerosas horas diárias que trabalhadores de todo o mundo passam nas mais variadas formas de transporte de suas casas para o trabalho e vice-versa são motivo de ampla reflexão. Mas raramente ocupam o centro de uma obra de arte, no presente caso um documentário filmado pela argentina radicada no México Luciana Kaplan.

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Oscar D'Ambrosio

 

Ela se vale de três histórias de três personagens reais, passadas em três cidades distintas, para construir a jornada do trabalhador para conseguir se manter e a sua família com dignidade. E a tarefa não é fácil, pois é necessário enfrentar variáveis como preconceito de gênero, violência urbana e conflitos na própria família.

Uma das histórias é a de Meltem, que trabalha como vendedora em uma loja de roupas de Istambul, Turquia, onde a posição da mulher que ganha seu próprio dinheiro está cercada por resistências religiosas e sociais. Ela é uma das 2 milhões de pessoas que se movimenta pela cidade e ainda precisa cuidar da filha de manhã cedo, antes de sair, e quando volta para casa.

Estela, por seu turno, vive na periferia da Cidade do México. Sua jornada inclui metrô, por morar num bairro pobre e violento e pela presença de situações desagradáveis numa jornada física e psicológica que a deixa extenuada. Mas tudo ela suporta pela busca de economias que lhe permitam morar num local melhor e ter melhores condições de trabalho.

O terceiro personagem enfocado é Michael, que precisa abrir mão de seu sonho de ser músico profissional para dar a melhor condição possível de vida para a família. Trabalhando na área de construção civil, passa por jornadas extenuantes de três horas diárias de mobilidade, ficando muito tempo longe da jovem esposa, num desafio de saúde física e mental nas longas jornadas pelas grandes vias que atravessam Los Angeles, EUA.

Vencedor de Prêmio como Melhor Documentário Mexicano, a obra é obrigatória para urbanistas, sociólogos, psicólogos, psiquiatras e médicos do trabalho, entre outros profissionais que sentem, no dia a dia, como movimentar-se numa metrópole pode ser uma jornada extenuante e desafiadora para o trabalhador.

 

 

*Oscar D’Ambrosio

Jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

 

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