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Opinião Segunda-feira, 02 de Setembro de 2024, 12:16 - A | A

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Opinião

Prevenção ao suicídio: combate ao tabu e atenção aos sinais

Por Andreia Calçada*

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No passado, o suicídio era um tema cercado por tabus, mas hoje é amplamente discutido e conta com políticas públicas voltadas para sua prevenção. O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro, é uma oportunidade para destacar a importância dessa causa. Embora o foco do mês de setembro seja fundamental, diversas instituições promovem ações de prevenção ao longo do ano.

O suicídio é um problema global que traz graves consequências para a sociedade. De acordo com pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, mais de 700 mil suicídios foram registrados em todo o mundo, sem contar os casos subnotificados, que se incluídos, totalizariam mais de 1 milhão. No Brasil, aproximadamente 14 mil casos são registrados anualmente, o que equivale a uma média de 38 suicídios por dia.

O anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em 2023, revelou que no ano anterior houve 16.262 registros de suicídio no Brasil, correspondendo a uma taxa de oito suicídios por 100 mil habitantes, uma elevação de 11,8% em relação a 2021. A tendência de crescimento é preocupante, especialmente entre os jovens de 15 a 29 anos, para os quais o suicídio foi a quarta causa de morte atrás de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal.

Dados da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), divulgados pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, mostram que entre 2016 e 2021, as taxas de mortalidade por suicídio entre adolescentes de 15 a 19 anos aumentaram 49,3%, alcançando 6,6 por 100 mil, e 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, atingindo 1,33 por 100 mil.

Pesquisas indicam que mais de 90% dos suicídios estão relacionados a transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias. A prevenção pode começar em casa, com a família tendo um papel crucial. Mesmo que seja difícil, algumas vezes, identificar os sinais que levam adolescentes e jovens a uma tentativa de tirar a própria vida, há como identificar alguns sinais de alerta, como desânimo, perda de interesse na rotina, isolamento social, entre outros.

É claro que os pais não têm 100% de controle sobre o que acontece, mas quanto mais próximos estiverem, melhor. Atentos não só fisicamente, mas tentando observar e valorizar os sentimentos das crianças e adolescentes, dialogando ao máximo, estabelecendo limites e sendo firmes e amorosos. Essas atitudes podem ajudar a prevenir tentativas de suicídio.

É fundamental que as políticas públicas sobre o tema continuem a crescer e se expandir. Quanto mais pessoas se informarem sobre o assunto, melhor é para saberem que depressão e transtornos mentais possuem tratamento. Quando a pessoa comete o suicídio, ela quer acabar com a dor, dar fim aquela angústia e é importante ter o amparo de um tratamento multidisciplinar e livre de preconceitos.

O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, o Setembro Amarelo, deve servir de lembrete constante ao longo do ano para a prevenção do suicídio. Em 2024, o lema da campanha é ‘Se precisar, peça ajuda!’.


*Andreia Calçada
Psicóloga clínica e jurídica.

 

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