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Justiça Quinta-feira, 07 de Agosto de 2025, 12:26 - A | A

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Ponta Porã

Caso Leo Veras: ‘Cachorrão’ nega envolvimento e diz ter provas de inocência

Acusado de envolvimento no assassinato do jornalista, Waldemar Pereira Rivas afirma ter sido alvo de armação política e exige julgamento justo

Elaine Oliveira
Capital News

O caso do jornalista Leo Veras, assassinado em fevereiro de 2020, voltou a repercutir na região de fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai após uma declaração do acusado Waldemar Pereira Rivas, conhecido como ‘Cachorrão’.

Durante entrevista ao programa "Un Día Más", da Rádio América de Pedro Juan Caballero, nesta segunda-feira (4), ‘Cachorrão’ negou ter matado ou ordenado o assassinato do jornalista e afirmou possuir um pendrive com provas de sua inocência.

“Se provarem que sou culpado, que me condenem à prisão perpétua”, declarou Rivas ao jornalista Aníbal Gomes Caballero.

Segundo ‘Cachorrão’, o deputado Santiago Benítez (ANR) teria exigido US$ 20 mil para divulgar as supostas imagens que o inocentariam. Ele ainda acusou o parlamentar de ter vendido o material para outros interessados dispostos a pagar mais para incriminá-lo.

“Todos sabem quem matou Leo Veras, mas me culpam por tudo”, afirmou o acusado, alegando ter sido envolvido em uma disputa política entre o deputado e o governador de Amambay.

‘Cachorrão’ disse ainda que, para se entregar, exige:

Julgamento na capital Assunção

Que seja levado a um promotor imparcial, disposto a analisar o caso com isenção

Prisão na Turma Especializada, alegando que sua cabeça “está a prêmio”

O crime

Leo Veras foi assassinado no dia 12 de fevereiro de 2020, com 12 tiros, enquanto jantava com a família em sua casa, no bairro Jardín Aurora, em Pedro Juan Caballero. Os atiradores chegaram em um Jeep Renegade, que, segundo a investigação, teria sido fornecido por ‘Cachorrão’.

Na época, Waldemar Pereira Rivas ocupava o cargo de chefe de disciplina do PCC na fronteira, segundo a Rádio América. O crime teria sido motivado por uma matéria publicada por Veras, que expôs o líder do PCC, Ederson Salinas Benítez, o ‘Ryguasu’, dificultando sua libertação enquanto estava preso no Brasil.

O Ministério Público acusa ‘Cachorrão’ de integrar a facção criminosa liderada por ‘Ryguasu’ e Marcio Ariel Sánchez Giménez, o ‘Aguacate’ — ambos já falecidos —, subordinados ao então chefe da fronteira do PCC, Sergio de Arruda Quintiliano Netto, conhecido como ‘Minotauro’.

Leo Veras era dono de um portal de notícias e conhecido por suas reportagens sobre a violência e o narcotráfico na região de fronteira.

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