Maximiliano Dávila Pérez, de 60 anos, foi o principal responsável pela luta contra o tráfico de drogas e armas na Bolívia, tendo liderado a Fuerza Especial de Lucha Contra el Narcotráfico (Felcn), especialmente na fronteira com Corumbá, no estado de Mato Grosso do Sul. Durante seu comando, ele teve grande influência nas operações de combate ao narcotráfico, mas acabou sendo corrompido e envolvido em um esquema de tráfico internacional que levava cocaína e armas para os Estados Unidos.
A Felcn, sob sua liderança, tinha uma unidade em Puerto Suárez, próxima a Corumbá, desempenhando um papel essencial no enfrentamento do tráfico internacional de drogas. No entanto, apesar de seu cargo de destaque, Dávila usou sua posição para facilitar o tráfico, transformando a força policial em um braço do crime organizado, de acordo com investigações da DEA (agência antidrogas dos EUA).
O ex-chefe da Felcn foi preso em janeiro de 2022, enquanto tentava fugir para a Argentina, e, após um acordo entre os governos da Bolívia e dos Estados Unidos, foi extraditado para responder aos crimes cometidos. As investigações revelaram que Dávila integrava uma rede criminosa que operava na Bolívia, Peru e Colômbia, e que, enquanto estava à frente da Felcn, favoreceu o tráfico de cocaína e armas.
A extradição de Dávila foi formalizada pelos Estados Unidos em 12 de dezembro de 2024, com um comunicado da DEA destacando a importância desse processo como um alerta contra a corrupção nas forças de segurança. A administradora da DEA, Anne Milgram, enfatizou que ninguém está acima da lei, e a DEA não permitirá que criminosos escapem da justiça, independentemente de onde se escondam.
A investigação mostrou que, durante seu tempo no cargo, Maximiliano Dávila usou sua posição para facilitar a entrada de cocaína nos Estados Unidos, enfraquecendo o combate ao narcotráfico nas fronteiras bolivianas. Sua atuação teve grande impacto na região de Mato Grosso do Sul, onde o tráfico aumentou consideravelmente. Em 2019, o Brasil registrou um aumento de mais de 90% nas apreensões de cocaína, coincidentemente no período em que Dávila estava à frente da Felcn.