O ex-coordenador da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Paulo Henrique Muleta Andrade, investigado por desvio de dinheiro público, foi preso novamente na última segunda-feira (10). Ele teria tentado obter um empréstimo milionário para fugir do Brasil e transferiu R$ 411 mil para terceiros antes do bloqueio judicial. A Caixa Econômica Federal comunicou a Justiça sobre a movimentação financeira suspeita em fevereiro deste ano.
O Ministério Público aponta que Andrade tentou ocultar patrimônio e dificultar a investigação, além de buscar autorização judicial para viajar à Espanha sob pretexto de um casamento. Conversas interceptadas indicam que ele já havia manifestado intenção de fugir para a Itália, reforçando os indícios de tentativa de evasão.
A prisão preventiva foi decretada após as autoridades considerarem insuficientes as medidas cautelares anteriores. Andrade já havia sido preso em 2023, durante a Operação Turn Off, que investigou desvios milionários em contratos da Apae. Agora, sua nova detenção ocorre no âmbito da Operação Occulto, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
A defesa de Paulo Andrade, representada pela advogada Rejane Alves de Arruda, afirmou que ainda não teve acesso aos autos do processo e só irá se manifestar após análise detalhada do caso. Já a Apae de Campo Grande reforçou, em nota, que não tem qualquer vínculo com o ex-coordenador e que colabora integralmente com as autoridades. A instituição reafirma seu compromisso com a transparência na gestão dos recursos e aguarda a apuração completa dos fatos.