Campo Grande 00:00:00 Sábado, 04 de Janeiro de 2025


Polícia Quinta-feira, 02 de Janeiro de 2025, 09:52 - A | A

Quinta-feira, 02 de Janeiro de 2025, 09h:52 - A | A

Narcotráfico

Polícia Federal causa prejuízo de R$ 10 bilhões ao crime com apreensão de cocaína em Mato Grosso do Sul

A discrepância entre as estimativas de cocaína apreendida e a falta de uma política nacional eficaz de combate ao narcotráfico

Viviane Freitas
Capital News

Entre janeiro e outubro de 2024, o Relatório da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal apontou que foram apreendidos 57,78 mil quilos de cocaína em Mato Grosso do Sul, com um prejuízo estimado de R$ 10,4 bilhões para o crime organizado. No entanto, esse número difere consideravelmente dos dados de outras instituições, como a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de MS) e o Anuário da Segurança Pública Brasileira, que registraram 13,37 mil quilos e 7,74 mil quilos, respectivamente.

A discrepância nos números pode ser explicada pela falta de centralização eficiente das informações entre as diferentes forças de segurança, como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as polícias estaduais. A Sejusp, por exemplo, contabiliza apenas apreensões feitas por grupamentos estaduais e as entregues pela PRF às delegacias da Polícia Civil, o que exclui dados importantes de apreensões feitas pela PF.

A ausência de uma instituição responsável por consolidar todas as apreensões estaduais e federais cria uma lacuna significativa nas estatísticas, dificultando o entendimento real da magnitude do problema. Como resultado, os números oficiais acabam sendo fragmentados e muitas vezes distantes da realidade.

No que diz respeito ao impacto financeiro do tráfico, caso o número de 57,78 mil quilos seja confirmado, o prejuízo ao narcotráfico seria de R$ 10,4 bilhões. Mesmo considerando a estimativa mais baixa da Sejusp, que é de 13,37 mil quilos, o impacto ainda é significativo, com um valor estimado em R$ 2,4 bilhões. A PRF calcula que o preço médio da cocaína é de R$ 180 mil por quilo, e a maior apreensão do estado, realizada em fevereiro de 2023, foi de 1,9 mil quilos, resultando em um prejuízo de R$ 334 milhões.

Por fim, a falta de dados confiáveis e a divergência nas estatísticas refletem a ausência de uma política nacional eficaz de combate ao narcotráfico, especialmente no caso da cocaína. Embora as apreensões de cocaína mostrem grande variação, as apreensões de maconha apresentam números mais consistentes, com a diferença entre os dados do Governo Federal e da Sejusp sendo de apenas 3 toneladas. Isso sugere um controle mais consolidado sobre a maconha, enquanto o rastreamento e combate à cocaína ainda enfrentam desafios significativos devido à sua logística e alto valor.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS