Na noite de quarta-feira (29), a Polícia Militar, por meio do Batalhão de Choque, foi acionada para uma ocorrência de possível cárcere privado no Bairro Tijuca, em Campo Grande. Ao chegar no local, a equipe encontrou 71 cidadãos bolivianos, incluindo mulheres, idosos e crianças, em condições precárias de confinamento.
A situação foi relatada por um homem que se apresentou como representante dos imigrantes. Ele informou que uma mulher de 35 anos estava mantendo os bolivianos em cárcere e exigindo R$150,00 para liberar suas bagagens e permitir que deixassem o local. Os imigrantes relataram que haviam chegado a Campo Grande com destino a São Paulo, mas estavam aguardando transporte desde as 23h do dia anterior, sem acesso a alimentos, água ou condições mínimas de descanso.
A responsável pelo transporte dos imigrantes confirmou que havia alugado o imóvel às 17h do dia 28 de janeiro, devido à quebra de um ônibus que faria o transporte para São Paulo. Ela alegou que o local não era destinado a tantos imigrantes e que não forneceu alimentos, pois acreditava ser responsabilidade dos próprios bolivianos. No entanto, as condições encontradas no imóvel indicaram uma situação de maus-tratos e cárcere privado.
Após a constatação da situação, a Polícia Militar entrou em contato com a Polícia Federal, que orientou o encaminhamento dos imigrantes para a base da PF no Aeroporto de Campo Grande. A mulher de 35 anos e o boliviano que se identificou como representante dos imigrantes foram levados à Superintendência da Polícia Federal para investigação. A mulher possui diversas passagens pela polícia, incluindo por corrupção de menores e tráfico de drogas.