Uma empresa registrada em nome de um servente de pedreiro recebeu R$ 7,6 milhões em seis anos, sendo alvo de investigação por suspeita de lavagem de dinheiro. O caso foi descoberto durante a Operação Hydra, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e pela Polícia Federal. A empresa, chamada Crédito Urbano, foi encerrada em janeiro de 2023 e gerou desconfiança devido à discrepância entre o valor movimentado e a profissão do proprietário, além de suas conexões com a fintech Invbank.
A fintech Invbank, fundada há 12 anos, foi citada em uma delação premiada de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, que acusou a empresa de ser usada para lavar dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital). Gritzbach afirmou que a Invbank ajudava a esconder recursos de atividades criminosas, com transações envolvendo o traficante Cara Preta, um líder do PCC. A investigação apontou que a Crédito Urbano foi uma das empresas utilizadas para esse esquema de lavagem de dinheiro.
A empresa Crédito Urbano, formalmente registrada em nome de Josenilton Urbano dos Santos, foi investigada por movimentações financeiras incompatíveis com a sua atividade, além de ter recebido mais de R$ 600 mil diretamente da Invbank. A defesa de Josenilton não foi localizada, e ele é apontado como um possível laranja dos donos da fintech. A relação entre Josenilton e Carlos Alexandre Ballotin, fundador da Invbank, também chamou a atenção, uma vez que Ballotin defendia o servente de pedreiro em um processo de estelionato.
A investigação revelou que a Crédito Urbano movimentou mais de R$ 16 milhões entre 2017 e 2023, sendo R$ 7,6 milhões recebidos principalmente nos anos de 2020 e 2021. O esquema envolvia o uso da Invbank para ocultar a origem ilegal de recursos, com transações envolvendo traficantes e o objetivo de limpar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas. A operação também mostrou que a Invbank foi estruturada para realizar negócios e investimentos imobiliários, servindo como fachada para os criminosos.