Familiares do adolescente que confessou ter matado três pessoas na cidade, desapareceram. Sem se despedir dos vizinhos, eles deixaram a casa onde residiam, na região central.
O caso tirou a tranqüilidade do município, pela brutalidade e características de radicalismo religioso. Todas as vítimas eram abandonadas em posição de crucificação.
O adolescente morava com a mãe, o padrasto, dois irmãos e a tia. Os vizinhos sabem apenas que a tia pode ter ido para Dourados. No local, os três cachorros da família foram abandonados.
A notícia da apreensão do garoto causou indignação em um grupo composto por aproximadamente 300 moradores, que se aglomerou em frente da casa ontem. Mulheres revoltadas ameaçaram atear fogo no imóvel e o tumulto foi contido com a chegada de equipes da Polícia Militar, Polícia Civil e agentes do DOF (Departamento de Operações de Fronteira).
Vizinhos e pessoas que conhecem o garoto estão surpresos com a apreensão do adolescente. José dos Santos mora perto da casa da família do garoto e afirma que ele era estranho, sempre andava com roupas pretas e ficava até muito tarde na esquina da residência dele. Entretanto, ele não acredita que o garoto tenha cometido os crimes sozinho.
Já um vizinho que não quis se identificar, disse que foi uma surpresa porque ele aparentava ser normal. "Nunca imaginei que fosse meu vizinho", completa. Embora os moradores da cidade estejam perplexos com o caso, é consenso entre os vizinhos que o garoto era de uma família boa.
"Nós estamos chocados", desabafa a irmã da vítima Catalino Cardena, Emília Cardena, 29 anos. Ela conta que conhecia o adolescente e jamais imaginou que pudesse ser o assassino.
Georgina Gomes, 29 anos, revela que nem mesmo a apreensão do adolescente deixa-a totalmente tranqüila. "Para mim, essa história não está resolvida. Creio que ele não tenha essa capacidade para fazer tudo sozinho", conclui. (Dourados Agora)
Campo Grande Sábado, 04 de Maio de 2024
