O jovem de 20 anos que ficou conhecido como Maníaco da Cruz após matar três pessoas e colocá-las em sinal de uma cruz fugiu da Unidade Educacional de Internação (Unei) de Ponta Porã. De acordo com informações da Polícia Civil, os agentes da unidade deram falta do jovem na manhã deste domingo (3).
Dhionatan Celestrino estava na Unei da cidade desde 2008. Os assassinatos ocorrem em Rio Brilhante, a 168 quilômetros de Campo Grande, quando Dhionatan tinha 16 anos.
Conforme a Polícia Civil, a última vistoria na unidade ocorreu no sábado (2). Equipes da 1ª delegacia de polícia fazem buscas na cidade, mas até a manhã desta segunda-feira (4) Dhionatan ainda não foi localizado.
Por motivos de segurança, o jovem ficava em uma cela isolada da Unei. Agentes teriam encontrado uma janela com sinais de arrombamento.
No mês passado, o defensor público que representa o jovem no processo, Astolfo Lopes, disse ao Capital News que a última movimentação no caso foi um pedido do Ministério Público Estadual (MPE) para que o governo encontrasse uma instituição psiquiátrica para onde Dhionatan deveria ser transferido.
Mesmo depois da determinação judicial, Dhionatan não foi encaminhado para uma instituição porque nenhuma do Estado aceitou receber o jovem. De acordo com o defensor, o poder público deveria encontrar uma instituição fora de Estado para abrigar o jovem.
Segundo Astolfo, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina que adolescentes que cometem atos de infração só podem permanecer em unidades de internação durante três anos. Dhionatan estava há mais de 4 anos internado em uma Unei.
A assessoria da promotora que acompanha o processo do jovem disse ao Capital News que o caso tramita em segredo de Justiça e que as últimas movimentações do processo não poderiam ser informadas pelo Ministério Público Estadual.
O caso
O adolescente foi apreendido no dia 10 de outubro de 2008, em Rio Brilhante. O rapaz confessou o assassinato das três pessoas depois de considerá-las “perdidas”. As vítimas eram asfixiadas e colocadas em posição de crucificação.
Entre as vítimas do “Maníaco da Cruz”, estava o pedreiro Catalino Gardena, morto no dia 24 de julho de 2008. No dia 24 de agosto foi encontrado o corpo da frentista Letícia Neves de Oliveira, de 22 anos, e no dia 3 de outubro de 2008, o corpo de Gleici Kelli Silva, de 13 anos.
O rapaz relatou que no caso das duas jovens ele fez um questionário, em que avaliou a 'pureza' das vítimas. Como ele as considerou perdidas, as duas foram assassinadas. No caso de Gardena, a morte aconteceu após tentativa de prática sexual.
Gleice Kelly da Silva, de 13 anos, foi a última vítima do “Maníaco da Cruz”. Uma garota conhecida como “Carla”, de 17 anos, foi a única vítima que escapou com vida do assassino.
