A Justiça decidiu no fim da tarde desta sexta-feira (3) que o jovem Dyonathan Celestrino, de 21 anos conhecido como Maníaco da Cruz, fosse internado na Santa Casa de Campo Grande. A decisão da 1ª Vara de Execução Penal da capital não estipula prazo de internação para o jovem.
Dyonathan foi transferido da 7ª delegacia de polícia da capital para a ala de psiquiatria da Santa Casa no fim da tarde de ontem. Conforme a assessoria de imprensa da unidade, há reforço policial no local onde o jovem está internado.
Segundo o delegado Natanael Balduíno, a transferência do jovem foi feita pela coordenação da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública.
De acordo com os dados processuais do sistema do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS), dois processos envolvendo o jovem passaram a tramitar na comarca de Campo Grande.
Um deles é um pedido de providência onde o jovem é defendido por um defensor público e outro é referente a uma carta precatória solicitada pelo Ministério Público Estadual (MPE). O diretor da unidade de psiquiatria da Santa Casa aparece como uma das partes dessa nova ação.
Prisão e futuro
A prisão de Dhionatan ocorreu no último sábado (26) pela Polícia Nacional do Paraguai. O jovem estava trabalhando em um lava jato e foi entregue à polícia brasileira no fim da tarde do dia 29 de abril.
Dhionatan foi ouvido na sede da Polícia Federal de Ponta Porã e encaminhado para uma cela da 2.ª delegacia de polícia da cidade onde permaneceu até ontem.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a pasta está fazendo encaminhamentos para encontrar uma solução para o futuro do jovem.
A Justiça determinou que o jovem deve ser internado em uma clinica médica, mas segundo a Sejusp, Mato Grosso do Sul não possui nenhuma unidade que cumpra o estabelecido pela Justiça.
A Secretaria de Saúde do Estado também trabalha em conjunto com a Sejusp para definir o futuro de Dhionatan.
O Maníaco da Cruz deixou de ser adolescente há 5 anos, mas mesmo assim continuou internado em uma Unei por não ser apto para conviver em sociedade, segundo laudos apresentados na época e por não existirem clínicas que aceitassem receber o jovem.
O caso
Os agentes da Unei Mitaí em Ponta Porã deram falta de Dhionatan na manhã do dia 4 de março. Segundo informações da Polícia Civil, a última revista de rotina aconteceu no fim da tarde do dia 3 de março.
Por motivos de segurança, o jovem ficava em uma cela isolada da Unei. Agentes teriam encontrado uma janela com sinais de arrombamento.
O adolescente foi apreendido em outubro de 2008, em Rio Brilhante. O rapaz confessou o assassinato das três pessoas depois de considerá-las “perdidas”. As vítimas eram asfixiadas e colocadas em posição de crucificação.
Entre as vítimas do “Maníaco da Cruz”, estava o pedreiro Catalino Gardena, morto no dia 24 de julho de 2008. No dia 24 de agosto foi encontrado o corpo da frentista Letícia Neves de Oliveira, de 22 anos, e no dia 3 de outubro de 2008, o corpo de Gleici Kelli Silva, de 13 anos.
O rapaz relatou que no caso das duas jovens ele fez um questionário, em que avaliou a 'pureza' das vítimas. Como ele as considerou perdidas, as duas foram assassinadas. No caso de Gardena, a morte aconteceu após tentativa de prática sexual.
Gleice Kelly da Silva, de 13 anos, foi a última vítima do “Maníaco da Cruz”. Uma garota conhecida como “Carla”, de 17 anos, foi a única vítima que escapou com vida dos ataques do jovem.