O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), demonstrou interesse em renegociar as dívidas do Estado com a União, destacando a importância do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). Durante evento realizado na Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) na última quinta-feira (16), Riedel afirmou que este é um momento de análise e planejamento para entender como o Estado pode se beneficiar das novas possibilidades oferecidas pelo governo federal.
"É o início de uma conversa. Acho que o governo federal já abriu uma janela extremamente importante de diferentes modalidades de negociação para as empresas públicas, patrimônio, uma série de coisas que a nossa equipe está estudando. Agora, é louvável a atitude do governo federal de buscar essa renegociação", disse Riedel, destacando a abertura para negociações.
As dívidas estaduais no Brasil somam mais de R$ 765 bilhões, com mais de 90% desse valor concentrado em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. O endividamento de Mato Grosso do Sul está entre R$ 8 bilhões e R$ 9 bilhões, com a principal dívida originada da criação do Estado em 1979. Atualmente, essa dívida representa 48% da receita corrente líquida estadual.
"Ela é considerada bem tranquila, mas vamos entender bem as propostas do governo federal para ver onde o Estado se encaixa em relação a essas possibilidades", explicou o governador. Riedel também afirmou que uma visão mais clara sobre o assunto deve surgir dentro de um mês e que as discussões continuarão ao longo de 2025.
Em relação ao anteprojeto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, Riedel elogiou a proposta do ministro Ricardo Lewandowski, mas ressaltou a necessidade de um debate mais aprofundado. "O ministro tem razão quando coloca que a segurança pública deva ser institucionalizada do ponto de vista constitucional. Acho que é uma diretriz importante. No entanto, isso precisa ser dialogado e debatido", afirmou, reforçando a necessidade de garantir a autonomia do Estado em relação às suas forças de segurança. Riedel também destacou a importância de integrar os sistemas de inteligência entre as diversas forças de segurança para melhorar a eficácia das ações.