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Política Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2008, 08:33 - A | A

Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2008, 08h:33 - A | A

Acusação de compra de votos pode cassar mandato de prefeito eleito de Naviraí

Edilson de Oliveira

O município de Navirai (31.923 mil eleitores) pode ter nova eleição. Existe a possibilidade de haver a cassação do registro da chapa vencedora da eleição majoritária (prefeito e vice), formada pela dobradinha do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que levou a reeleição de Zelmo de Brida e Ronaldo Botelho, com 14.188 votos (56,2% dos votos válidos).

Há um processo com denúncia de compra de votos, remetida em dois processos civis eleitorais pelo Ministério Público Eleitoral para a juíza Marilsa Baptista e um criminal (artigo 299 – um a quatro anos de reclusão) remetido para a Polícia Federal. O promotor de justiça, Luis Gustavo Camacho Terçariol disse que está marcada para o dia 30 de março a audiência de instrução e julgamento, no Fórum da Comarca de Naviraí.

O Ministério Público Eleitoral apresentou a representação na Justiça Eleitoral contra Zelmo de Brida, Ronaldo Botelho, Gilberto Pimpinatti e a TV Técnica Viária (Curitiba-PR).

Como prova material estão anexadas aos processos as cópias das 68 requisições de combustíveis (apreendidas pela Polícia Federal) ao portador, liberadas através da assinatura do chefe de gabinete da Prefeitura, Gilberto Pimpinatti, para a liberação de combustível, que teriam sido utilizados ou seriam utilizados por eleitores, que obtinham benefício com o abastecimento no posto Águia Dourada, após a denúncia apresentada pelo eleitor Edvaldo Galiza dos Santos, no dia primeiro de outubro.

Pelo acordo de cavalheiros, o eleitor beneficiário deveria circular com o seu veículo (moto ou carro de passeio) adesivado com a propaganda eleitoral do candidato a reeleição, Zelmo de Brida. Como Edvaldo Galiza optou por não andar com o adesivo, teria havido uma ordem para que houvesse o cancelamento da requisição (Gilberto Pimpinatti, em sua defesa, alega que teria havido extravio de um bloco, o que teria motivado o cancelamento).

CONVERSA GRAVADA

Após a decisão do cancelamento, Galiza resolveu fazer a denúncia na Promotoria de Justiça, mas teria sido convidado para uma conversa com o chefe de gabinete da Prefeitura, Gilberto Pimpinatti, na qual acreditava que iria receber uma proposta para retirar a denúncia. Então, utilizando de seu celular, fez uma gravação escondida (com a qualidade do som muito ruim).

A gravação foi copiada em um computador e foi colocada em um CD, com a gravação feita de forma oculta (escondida), com a suposta gravação, com 23 minutos de conversa, entre ele, Pimpinatti e o presidente da Associação de Moradores do Conjunto Habitacional Odércio de Matos – Cláudio Galiza, na qual recebe uma posposta para fazer a retirada da denúncia (uma casa no valor de R$ 15 mil, um emprego e uma vaga em concurso, mais proteção política).

O promotor Luis Gustavo Camacho Terçariol recebeu uma das cópias do CD com a gravação, deixada por baixo de sua porta, com uma carta anônima fez o encaminhamento para a Delegacia de Polícia Federal, para que houvesse a degravação (transcrição, palavra por palavra) e para que a fita seja analisada pela perícia.

O delegado de Polícia Federal, Leandro Chaves Chagas, em requerimento ao promotor Paulo Riquelme de Macedo Júnior (Terçariol acaba de voltar de férias) pediu mais 30 dias de prazo para concluir a perícia, fazer novas diligências e ouvir pessoas. (Sul News)

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