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Política Terça-feira, 22 de Setembro de 2015, 16:52 - A | A

Terça-feira, 22 de Setembro de 2015, 16h:52 - A | A

Crise na Capital

Administração de 17 meses de Gilmar Olarte ‘quebra’ Campo Grande

Cidade ficou endividada e população sofreu com greves na educação, na área de saúde e nova administração corre para recuperar tempo perdido

Alberto Gonçalves
Capital News

Deurico/Capital News

Gilmar Olarte

ex-prefeito Gilmar Olarte, afastado pela Justiça.

Uma cidade falida onde os moradores vivem o dia a dia preocupado com o futuro. Assim ainda está Campo Grande, com a administração feita pelo prefeito afastado Gilmar Olarte. Nesse momento atual, o prefeito eleito pela maioria da população em 2012, Alcides Bernal, retornou a cargo por meio de ordem Judicial, pois o mesmo foi cassado em março de 2013.

 

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Do período da cassação de Bernal até o início de setembro, quem assumiu o comando do Executivo foi o então vice-prefeito Gilmar Olarte. Segundo o demonstrativo de contas explicado por Bernal a vereadores e imprensa essa semana, desde 2012, ainda na gestão anterior, a Prefeitura de Campo Grande sempre teve fundo de caixa para cumprir os compromissos do mês seguinte. Mas recentemente o que existe é um déficit.


Na época em que foi casado, Bernal deixou nos cofres municipais mais de R$ 600 milhões para realizar pagamentos e sobrar verba suficiente para o mês posterior. Mas com a administração do então prefeito Gilmar Olarte, o quadro financeiro mudou totalmente. A prefeitura foi gastando mais do que arrecadava, chegando ao ponto de neste mês de setembro, com o retorno de Bernal, ter em caixa R$ 10 milhões e a responsabilidade de uma folha de pagamento aos servidores da ordem de R$ 90 milhões. E não é só isso, os compromissos, incluindo a provisão da ordem de R$ 60 milhões, que deveria estar depositado na conta para garantir o pagamento do 13º salário ao funcionalismo, o caixa deveria ter perto de R$ 280 milhões, mas tem ou conseguirá arrecadar apenas R$ 125 milhões. Isso significa um rombo na ordem de 155 milhões de reais.


A população de Campo Grande conhecia, não tão a fundo, os problemas financeiros da prefeitura, onde se argumentava sempre que era devido à crise nacional. Porém, o que se verificou foi o excesso de gasto, com contratos de prestação de serviços sendo aditivados, ou seja, acrescido em valores, e o montante arrecadado, provenientes de impostos e outros fundos, bem inferior.


Caos e greves

Deurico/Capital News

Coleta de Lixo, resíduos, lixo doméstico, lixo na rua

Lixos ainda são vistos espalhados pelas calçadas dos bairros

Como se não bastasse, a empresa responsável pela coleta de lixo em toda a cidade, a Solurb, argumenta não ter recebido de Olarte o pagamento referente a três messes de prestação de serviço e deixou de pagar os salários dos garis. O resultado foi que os trabalhadores entraram em greve e a cidade vive um caos com lixo espalhado pelos quatro cantos, mesmo após a justiça novamente interceder.


Nem mesmo Decisão Judicial fez com que a situação se modificasse. Foram quatro no total, duas para o recolhimento do lixo hospitalar, que foram cumpridas, e outras duas para a coleta do lixo normal da cidade, que não foram acatadas.


Na tentativa de solucionar o caos que preocupa a saúde pública, com riscos de doenças devido ao lixo espalhado pelas ruas, a prefeitura depositou em juízo o dinheiro para o pagamento dos salários dos garis.

Deurico/Capital News

Prefeito confirma Pedra como secretário, além da demissão de comissionados

Prefeito Alcides Bernal


Nesse período de 15 dias em que Alcides Bernal retomou o cargo de prefeito algumas situações preocupantes foram sanadas. Os médicos que estavam em greve, pela segunda vez na capital sul-mato-grossense, deram uma trégua ao movimento e voltaram ao trabalho.


Os professores da rede municipal de ensino, que ficaram mais de dois meses em greve, pedindo o cumprimento da Lei do Piso Nacional da categoria, somente voltaram às salas de aula depois que a Justiça decidiu intervir a favor.

 

Os problemas durante a administração do então prefeito Gilmar Olarte se acumularam ao ponto de ele ter sido afastado de seu cargo pela Justiça, logo após ser criada uma Comissão Processante na Câmara Municipal, para investigar um processo no qual ele virou réu no Judiciário, envolvendo compra de voto para cassar o prefeito Alcides Bernal.

 

O curioso é a se dar uma busca no Tribunal de Justiça onde inúmeros processos de Olarte existem. Recentemente virou réu novamente, tendo de devolver aos cofres públicos mais de R$ 200 mil.


Todos esses processos contra Olarte vêm sendo investigados pelo Ministério Público Estadual e culminou com a denúncia ao Judiciário, que levou ao afastamento de seu cargo. Junto com ele, foi afastado também o presidente da Câmara, o vereador Mário César e outros vereadores são investigados pelo MP sobre compra de voto. É a chamada Operação Coffe Break – já que na hora de negociar propina ou o que iria acontecer, falava-se, segundo o Ministério Público, em tomar um cafezinho. Além disso, muito do conteúdo dessa investigação também se enquadra em outra investigação, que acontece com Polícia Federal, Receita, MPF e CGU, a chamada Lama Asfáltica. Porém esta mais ampla, com mais envolvidos.

Deurico e A. Ramos/Capital News

Operação do Gaeco afasta dos cargos prefeito Gilmar Olarte e presidente da Câmara

Operação do Gaeco afasta dos cargos prefeito Gilmar Olarte e presidente da Câmara

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gederson carvalho 23/09/2015

isso tudo e uma tremenda palhaçada!!!manobra politica!!!! e quem se lasca e o cidadão que é esmagado por impostos absurdos e taxas abusivas!,, reféns de um sistema falido que é essa nossa politica nacional cheia de planos e coligações onde um partido tenta derrubar o outro do poder como se isso fosse um jogo não se importando com o cidadão campo-grandense!!

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