O presidente da Comissão Permanente de Defesa do Consumidor, vereador Athayde Nery, comandou na manhã desta sexta-feira (7) a Audiência Pública para debater a situação dos catadores de lixo, que estão sofrendo com as conseqüências da nova empresa que ganhou o processo licitatório para recolhimento dos resíduos sólidos de Campo Grande.
De acordo com informações do vereador, estima-se que na capital existam cerca de 2.000 catadores e aproximadamente 800 varredores de rua. Athayde salientou que os catadores são ferramentas essenciais no processo de reciclagem e limpeza da cidade, portanto é preciso pensar e nos direitos destes trabalhadores.
A catadora de rua, Cleonice Ozório de Oliveira Tamazato de Souza, denunciou aos presentes que a empresa que ganhou a licitação do lixo em Campo Grande não tem priorizado a reciclagem dos materiais, nem mesmo valorizado o trabalho dos catadores. Cleonice já havia ocupado a tribuna, conforme divulgou o Capital News no dia 27 de novembro.
Cleonice esclareceu que antes os recicláveis correspondiam a cerca de 90% dos materiais jogados no lixão, agora com o novo aterro não será possível recolher nem 60% deste material. Os catadores apontam que a empresa contratada, a Solurb Soluções, está mais interessada nos dividendos da reciclagem do que no meio ambiente ou sequer na situação dos catadores.
Athayde pretendeu com a Audiência dar encaminhamentos para viabilizar que a saída deles do local seja pacífica, sem pressões por parte da Prefeitura e que suas necessidades deverão ser atendidas para que os mantenham ativos no ciclo produtivo do reciclável.
Segundo a assessoria da Câmara, a reunião também contou com a presença de Leandro Albuquerque Malta, advogado e membro da Comissão de Meio Ambiente da OAB-MS (Ordem dos Advogados de Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul); Anésio Pereira Tiago, superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego de Mato Grosso do Sul; Olga Lemos Cardoso de Marco, Defensora Pública de Mato Grosso do Sul; Lucineide Miranda, chefe da Sessão de Políticas Públicas do Ministério do Trabalho e Emprego de Mato Grosso do Sul; Thiago Verrone, da Verrone Empreendimentos; Luiz Carlos Cobalchini, representante do Instituto Campo-Grandense da Cidadania, Flávio Sérgio, presidente da Organoeste.
