A líder da bancada feminina, Simone Tebet, em entrevistas à Globonews e à Bandnews TV após o final da reunião, a senadora Simone disse que foi “um misto de emoção dele e minha. Era preciso que um deputado bolsonarista pudesse anunciar. Havia um desejo dele de citar toda a verdade. Pedi para o senador Randolfe. Sabia que Alessandro (Vieira) ia tentar provocar, mas o que faria a diferença era o lado emocional”, disse.
Para Simone, o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, impediu o Governo de assinar um dos contratos bilionários mais fraudulentos da história. “O irmão do deputado vai ser investigado ao invés de ser condecorado por denunciar a verdade dos fatos de um contrato de R$ 1,6 bilhões. Me lembrei de um estado policialesco de quando a imprensa não podia fala. Foram 10 horas de questionamentos e agradeço a coragem do deputado federal Luis Miranda de ter aberto espaço para essa investigação. Até que ponto presidente sabia? E, se sabendo, não fez nada e também cometeu o crime de prevaricação. A República vai acordar diferente”, disse em entrevista à Globonews.
De acordo com a assessoria, a Simone acredita que a CPI inicia uma nova fase com fortes indícios de crimes contra a administração pública. “Crimes no plural. Peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação. Eu estou aqui falando, inclusive, de crimes relacionados à saúde pública, porque você está disseminando a epidemia. São tantos os crimes que chegam ao final no crime de organização criminosa. Tem fortes, gravíssimos indícios de corrupção. Ao invés de se buscar investigar, se colocou tudo pra debaixo do tapete”, criticou.
Para Simone, na primeira fase da CPI já ficou comprovado que o governo usou o conceito de imunidade de rebanho por contaminação e não por vacinação, para gerar uma falsa sensação de segurança na população, inclusive negando medidas de biossegurança, como o uso de máscaras e o distanciamento social. “Investir numa imunidade de rebanho por contaminação é repugnante, é imoral”, disse.
A lei foi publicada com emenda da Câmara para incluir a Índia e só passou a valer em 10 de março. “O contrato foi feito anteriormente, no dia 25 de fevereiro. Só aí já está mostrando que a assinatura do contrato é irregular, ilegal. E aí, a cereja do bolo: a medida provisória é de janeiro. Não permite compra de vacina sem a autorização da Anvisa ou dessas agências de autoridades sanitárias. O contrato é feito em fevereiro – ainda não podia. E a lei só passa a vigorar em março, com a emenda do Deputado Ricardo Barros. Só isso teria que fazer com que quem quer que tenha assinado aquele contrato tivesse rasgado o contrato antes de assiná-lo”, disse.