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Política Segunda-feira, 11 de Janeiro de 2021, 09:54 - A | A

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Agricultura Familiar

Emenda parlamentar de Vander Loubet auxiliam pesquisa da UFMS

Dados apontam importância do Corredor Bioceânico para expansão da agricultura familiar

Flavia Andrade
Capital News

Divulgação

Recursos de emenda parlamentar de Vander Loubet auxiliam pesquisa da UFMS

Dados apontam importância do Corredor Bioceânico para expansão da agricultura familiar

 

Com os avanços do Corredor Bioceânico, onde a rota ligará os oceanos Atlântico e Pacífico, permitindo a conexão viária do Centro-Oeste brasileiro aos portos de Antofagasta e Iquique (Chile), passando pelo Paraguai e Argentina. A economia local deve melhorar a renda dos pequenos agricultores nas regiões alcançadas. Valorizando entre os principais produtos, o leite, mel, mandioca e abóbora.

 

O projeto de pesquisa e extensão “Corredor Bioceânico”, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), executado por meio de recursos de uma emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet (PT-MS), apresenta os dados.

 

O mapeamento da agricultura familiar no trajeto da rota Em Mato Grosso do Sul, compreende as cidades de Sidrolândia, Nioaque, Jardim, Guia Lopes da Laguna e Porto Murtinho. Nesses municípios o responsável foi o pesquisador e professor Edgar Aparecido da Costa (CPAN/UFMS), com a participação da acadêmica Glenda Rodrigues, do curso de Geografia da UFMS.

 

De acordo com Edgar Costa, “Olhamos para a agricultura familiar como um grande potencial, como algo a ser otimizado a partir das possibilidades que o Corredor Bioceânico vai proporcionar, mas também olhamos para ela com os cuidados de que a rota não a faça sucumbir”, pontua.

 

Ao todo, são 35 assentamentos rurais com 5.676 famílias nas cidades sul-mato-grossenses alcançadas pela rota, conforme levantamento feito a partir dos dados da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer).

 

O professor enfatiza ainda que, “Nem todos são produtivos e um dos grandes problemas dos assentados rurais é que eles consigam a DAP, a Declaração de Aptidão ao Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar]. Sem a DAP, o agricultor não consegue comercializar, não consegue crédito para incrementar a produção. E uma das questões é entender quais são as dificuldades e como ajudar o agricultor a obter a DAP”.

 

O estudo identificou ainda, que os principais produtos encontrados nos assentamentos rurais ao longo da rota são leite, mel, mandioca, abóbora, ovos e cana-de-açúcar.

 

Em todas as cidades analisadas a produção de leite foi identificada, sendo considerada destaque para Sidrolândia, com 7.561 litros de leite em 2018, e Nioaque, com produção de 3.057 litros de leite no mesmo ano. Já para os municípios de Jardim (1.643), Guia Lopes da Laguna (957) e Porto Murtinho (800), foram registradas quantidades menores.

 

Ainda segundo Edgar Costa, “É interessante destacar que a partir do leite, temos vários derivados, várias composições que podem acontecer como doces, queijos. O leite pode ser associado com a abóbora, que é também um produto bastante relevante ao longo da rota”, destaca.

 

Além desta, outra potencialidade é a produção de mel, principalmente em Jardim, com produção de 48 toneladas/ano (2018), e Guia Lopes da Laguna, com 21 toneladas. A produção também ocorre nos municípios de Sidrolândia (7,9 toneladas), Nioaque (7 toneladas) e Porto Murtinho (1,6 tonelada).

 

O professor pontua que, “Muitos desses produtores não vendem formalmente, são informais. Apenas Guia Lopes da Laguna tem uma grande quantidade de venda de mel. Jardim não tem, e é o maior produtor. Então, percebemos que uma das possibilidades é alavancar esse sistema de comercialização do mel”.

 

Com relação a mandioca, esta também é apontada pelos pesquisadores como uma potencialidade a ser explorada em Sidrolândia, que possui 350 hectares de área plantada do produto, e Nioaque, com 150 hectares. Também foi identificada produção de mandioca em Jardim (100 hectares), Guia Lopes da Laguna (80 hectares) e Porto Murtinho (35 hectares).

 

Com base nos dados do Censo Agropecuário de 2017 (IBGE), Produção Agrícola Municipal (PA) e Produção da Pecuária Municipal (PP) de 2018 (IBGE), foram realizados os levantamentos dos principais produtos da região.

 

A pesquisa ainda está em andamento e as informações coletadas vão contribuir para a construção de um Plano de Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável. 

 

Para a acadêmica do curso de Geografia da UFMS, Glenda Rodrigues, “O nosso objetivo é conhecer o potencial agrícola dessas regiões e melhorar a renda das famílias. Conhecendo as potencialidades e as dificuldades, podemos buscar soluções para ajudar na expansão da produção e do comércio desses produtos”, diz.

 

A partir da pesquisa poderão ser realizadas a elaboração de projetos, capacitações, busca de parceiros, indicação de políticas públicas e emendas parlamentares. 

 

Por fim o professor e pesquisador Edgar da Costa, relata que, “Imaginamos uma estrutura de capacitação e uma carteira de projetos a partir do que as famílias têm e como podem agregar valor e vender esse produto, sem perder suas características de camponeses, sem perder sua característica original, a cultura que está presente no produto, que é fundamental ser valorizada ao longo dessa rota”, conclui.

 

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