Mato Grosso do Sul e a República Tcheca ainda não possuem fortes relações comerciais, mas essa aproximação pode começar a acontecer, de acordo com interesse manifestado pelo governador André Puccinelli e o embaixador tcheco no Brasil, Ivan Jancárek, que tiveram encontro nesta terça-feira (4). Depois de conhecer os projetos prioritários e programas de incentivo à industrialização planejados pelo governo, Jancárek disse que empresas de seu país podem avaliar Mato Grosso do Sul como sede para projetos de expansão e revelou também interesse em estabelecer intercâmbios entre universidades, a exemplo de parcerias já firmadas com o Estado da Bahia.
O embaixador, acompanhado do cônsul geral da República Tcheca em São Paulo, Stanislav Kazecky, está em Campo Grande para participar da Semana da República Tcheca, tendo como objetivo divulgar o país dos pontos de vista político, social e turístico.
Ao receber o embaixador em seu gabinete, o governador fez uma explanação, demonstrando com gráficos, mapas e números, as perspectivas de desenvolvimento do Estado, considerando investimentos públicos já em execução ou para serem iniciados, bem como os negócios privados que estão se consolidando. Destacou o Zoneamento Ecológico-Econômico, a evolução dos setores de papel e celulose, sucroenergético e siderurgia, as pavimentações viárias estratégicas – como a da BR-359 – e projetos gigantescos como o da ferrovia ligando Maracaju ao Paraná (em fase de elaboração de projeto em parceria com o Ministério dos Transportes).
Uma das ações que chamou a atenção do representante do governo tcheco no Brasil é a meta de reformar e homologar 16 aeroportos regionais, sendo que alguns deles já estão em adiantados estágios. Ivan Jancárek disse que uma empresa tcheca fabricante do avião L 210 - de pequeno porte, com até 20 lugares - poderia se interessar em operar rotas no Estado, porque tem como foco a aviação regional.
O embaixador explicou a Puccinelli que o país tem alguns grupos empresariais olhando a possibilidade de expandir, para produzir fora de seu território. Em princípio, os que optaram por essa expansão foram para a China, mas já avaliam outras opções, e o Brasil é forte candidato, por estar se posicionando bem no cenário internacional.
Embora Estados como Ceará e Pernambuco, já visitados pelo embaixador, tenham a vantagem de estarem mais próximos da Europa, o diplomata ressaltou que Mato Grosso do Sul tem o mérito da posição central no continente sul-americano. “Acreditamos que há possibilidades, se pensarmos em investimentos voltados para a América do Sul. Além disso, há oportunidades para empresas de pequeno porte, para empresas direcionadas ao setor agropecuário, que é forte aqui”, disse.
Paralelo à relação direta com o governo e na atuação conjunta para incentivar os setores privados de Mato Grosso do Sul e da República Tcheca, o embaixador considera viável o apoio a intercâmbios entre universidades.
Para o governador André Puccinelli, as ações públicas e privadas que estão em andamento, como o projeto de expansão do Aeroporto Internacional de Campo Grande, o futuro poliduto e a melhoria da infraestrutura rodoferroviária, abrem novas perspectivas para Mato Grosso do Sul. “Aqui é um Estado promissor, que está se desenvolvendo e tem perspectivas muito grandes. O que por muito tempo nos prejudicou – o fato de estar longe do litoral – vai nos favorecer”, disse ao cônsul.
Em junho, o consulado, com a entidade civil ligada à colônia tcheca Centro de Memória Jindrich Trachta, sediada em Batayporã, realiza a Semana da República Tcheca, para qual Puccinelli foi convidado e deverá participar.