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Política Sábado, 24 de Outubro de 2009, 10:23 - A | A

Sábado, 24 de Outubro de 2009, 10h:23 - A | A

Lula volta a criticar o TCU por \'\'travar\'\' obras do PAC

Redação Capital News (RR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou a ofensiva contra os organismos de fiscalização e controle, reiterando os ataques feitos ao Tribunal de Contas da União (TCU), mas sem citar o órgão nominalmente. Após dizer que o Brasil "está travado", ele defendeu a criação de uma câmara de nível superior, que possa decidir rapidamente sobre a liberação de obras suspensas por liminares da Justiça. "Não é fácil governar com a poderosa máquina de fiscalização e a pequena máquina de execução", declarou.

As afirmações foram feitas durante a posse do novo titular da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, o responsável pela defesa jurídica do governo.

Lula também comentou que vai apresentar "um relatório de coisas absurdas" que, na sua avaliação, motivaram paralisações de várias obras federais.

No discurso de improviso, Lula respondeu às críticas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, sentado a seu lado.

ENGORDA

Na quarta-feira Mendes havia classificado de "vale-tudo" eleitoral as viagens do presidente pelo País para inspecionar obras - como a visita a cidades do Rio São Francisco em companhia da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão presidencial.

"O que engorda o porco é o olho do dono", declarou Lula, ao defender as andanças dos integrantes do governo pelo País. Ele avisou que vai continuar viajando "porque é assim que as obras andam".

Lula pregou "punição" para aqueles que suspendem obras públicas sem um motivo justo. "Depois, as obras são autorizadas sem que as pessoas que as paralisaram tenham qualquer indício de punição", disse. "Quem dá a ordem para fazer está subordinado a todas as leis, mas quem dá a ordem para parar não fica sob nenhuma."

MACHADINHA

Ao falar que está "tentando fazer um relatório das coisas absurdas", que interrompem obras, às vezes, até por um ano, o presidente citou como exemplo o "caso da machadinha".

Uma pessoa, segundo ele, achou uma pedra parecida com um machadinho indígena, o que causou a paralisação de uma das obras do São Francisco por nove meses. Depois, ficou constatado que aquilo era só uma pedra comum. "Com que direito alguém para uma obra por nove meses? Qual é o custo para o País? Isso vai ter de mudar", atacou. "Eu quero deixar como legado, para quem vier depois de mim, uma harmonização melhor entre essas dezenas de instituições."

"Às vezes, uma pessoa lá nos confins de um Estado qualquer tem mais poder do que o presidente da República, do que uma reunião de ministérios", protestou Lula.

"Até pessoas de quarto escalão resolvem que não pode fazer e acabou", acrescentou. "E não existe um fórum para resolver isso rapidamente". O presidente insistiu que é necessário viajar. Contou que, ocasionalmente, pergunta a

Dilma se uma determinada obra está pronta para inaugurar e ouve como resposta que ela "nem começou". Para Lula, há excesso de entraves, "porque se parte do pressuposto de que todo mundo é desonesto até prova em contrário. Segundo ele, o princípio "deveria ser o de que todo mundo é honesto até prova em contrário".

BORDÃO

O presidente reafirmou que ele e os ministros precisam andar pelo País "para saber o que está acontecendo". E recorreu ao seu bordão predileto: "Jamais um presidente da República andou, neste país, fiscalizando obras como eu."

COMPARAÇÃO

Ao final do discurso, Lula disse ter "a convicção de que o governo terminará infinitamente melhor do que entrou". "Não tenho nenhuma preocupação de comparação com qualquer outro governo que passou, desde que foi proclamada a República."

De acordo com o presidente, se o País quer crescer e se tornar a quinta maior economia do mundo em 2016, vai precisar mudar de atitude. "Se um remar para a frente e cinco remarem para trás, a gente nunca vai conseguir a medalha de ouro que imagina ganhar no campo do desenvolvimento e da economia."  (Fonte: Estadão)
 

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