O prefeito eleito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), anunciou na quinta-feira (15) que transformará a Secretária Municipal de Políticas para as Mulheres (Semmu) em subsecretaria, visando o enxugamento de gastos. O que acontecerá com as políticas públicas municipais voltadas às mulheres?
A Semmu foi criada em 2013 pelo prefeito Alcides Bernal (PP), com a atuação pautada em uma política nacional do governo Dilma Rousseff (PT) onde a prioridade é o enfrentamento à violência contra a mulher. Ela é responsável por viabilizar e executar políticas que assegurem o fortalecimento dos direitos das mulheres, o que é feito por meio de vários projetos, como para gerar renda e fortalecer a autonomia. Hoje, a principal ação é gerir administrativamente a Casa da Mulher Brasileira (CMB), que oferece atendimento integrado a vítimas de agressões.
Marquinhos explica que, na prática, o que vai mudar é a “nomenclatura”. “O serviço vai ser muito mais eficiente, não é um nome que faz funcionar a secretaria, mas a forma que você planeja e aplica administrativamente o seu plano de governo”, afirmou o prefeito eleito. Ele disse que a subsecretaria ficará sob os próprios cuidados e do futuro secretário do governo, Antônio Lacerda Alves. Ainda, garantiu que os serviços na Casa da Mulher Brasileira serão mantidos.
Deurico/Capital News

Conforme a secretária da Semmu, dados da Casa da Mulher Brasileira mostram que mulheres ainda enfrentam grave violência
Para a atual secretária da Semmu, Leyde Alves, a atitude pode ser um retrocesso. “Políticas específicas para as mulheres significa ter respeito à questão de desigualdade que elas ainda enfrentam, por exemplo, ainda sofrem violência, e temos dados da Casa da Mulher Brasileira que são gritantes e que demandam políticas específicas para essas mulheres”, disse.
Antes da Semmu, a secretária explica que existiam alguns projetos voltados às mulheres, porém, eram isolados. Outras pastas, como a Secretaria de Assistência Social (SAS), levavam ações para o público feminino.