Em nota publicada nesta segunda-feira (12) no site institucional, a Prefeitura de Campo Grande alega que a concessionária CG Solurb, que realiza a coleta seletiva, é uma das responsáveis pela crise nas contas públicas municipais.
A alegação foi feita durante a prestação de contas da Prefeitura. Conforme a nota, “as planilhas e documentos apresentados demonstraram que, devido a um bloqueio judicial, mensalmente milhares de reais saem dos cofres municipais e vão diretamente para a empresa, sem qualquer controle”. A CG Solurb teria recebido cerca de R$ 122 milhões em um ano – ainda sem desconto dos impostos obrigatórios.
Histórico – Em setembro de 2015, a concessionária não pagou os funcionários alegando atraso em três faturas pela Prefeitura, administrada na época por Alcides Bernal. Sem os salários, os trabalhadores entraram em greve e o Município tomou medidas judiciais para resolver o problema: passou a pagar judicialmente cerca de R$ 2,9 milhões por mês para os funcionários da empresa.
No mesmo ano, a CG Solurb conseguiu uma liminar para bloquear 20% de todos os recursos do FPM e ICMS recebidos pelo Município. Ainda de acordo com a nota, até hoje os valores são bloqueados e liberados para a concessionária sem qualquer verificação. A Prefeitura alega que em um ano, a CG Solurb recebou dos cofres municipais cerca de R$ 122 milhões, sendo R$ 80 milhões do levantamento judicial e R$ 42 milhões do acordo trabalhista.
O contrato com a concessionária foi assinado em 2012, na gestão do prefeito Nelsinho Trad. Conforme a assessoria da Prefeitura, o contrato é investigado pela Polícia Federal, que constatou que a empresa é do ex-cunhado de Nelsinho, João Amorim – investigado na Operação Lama Asfáltica –, que usou seu genro Luciano Dolzan como laranja.
A reportagem tentou contato com a CG Solurb, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.