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Política Terça-feira, 17 de Outubro de 2017, 17:34 - A | A

Terça-feira, 17 de Outubro de 2017, 17h:34 - A | A

Investigação

Procurador afirma ver “interesse político” de Janot em denúncias contra Temer

Ângelo Goulart Villela prestou depoimento aos integrantes da CPMI da JBS na Câmara dos Deputados

Flávio Brito
Capital News

Gilmar Felix / Câmara dos Deputados

Procurador afirma ver “interesse político” de Janot em denúncias contra Temer

O procurador Ângelo Villela, que depôs nesta terça-feira na CPMI da JBS

O procurador da República Ângelo Goulart Villela acusou nesta terça-feira (17) o ex-procurador geral da República Rodrigo Janot de ter “interesse político” em derrubar o presidente da República, Michel Temer, por meio do acordo de delação premiada celebrado com os controladores do grupo J&F, os irmãos Joesley e Wesley Batista.

Villela prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS. A reunião foi encerrada há pouco.

Segundo Villela, a intenção de Janot seria impedir a nomeação de Rachel Dodge como sua sucessora na Procuradoria-Geral da República. Isso explicaria, de acordo com ele, a pressa e o benefício máximo de impunidade penal oferecido pelo Ministério Público aos executivos da JBS.

Dúvidas
O depoimento fez com que integrantes da CPMI colocassem em dúvida procedimentos adotados pelo Ministério Público para celebrar acordos de colaboração com acusados de crime, o que motivou uma discussão entre o relator, deputado Carlos Marun (PMDB-RS), e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), para quem há tentativa de invalidar a Operação Lava Jato.

Para o deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos sub-relatores da CPMI, “no que diz respeito à delação premiada, o depoente trouxe informações importantes, mostrando que é preciso definir melhor as regras”. Damous defendeu, por exemplo, que delações não sejam feitas com acusados presos.

Além do suposto interesse político de Janot em derrubar Temer, Villela disse que foi preso e denunciado por formação de quadrilha, violação de sigilo funcional e obstrução da Justiça apenas para que o ex-procurador-geral fizesse uma demonstração de “cortar na própria carne” do Ministério Público.

A CPMI da JBS voltou a se reunir nesta tarde em sessão secreta para ouvir o procurador. O depoimento começou pela manhã.

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