Apesar da crítica dos vereadores de oposição, o secretário de Planejamento e Finanças, Wanderley Ben Hur, garantiu ter respondido todos os assuntos referentes à pasta dele. A oitiva desta segunda-feira (8) aconteceu a portas fechadas na Câmara e parlamentares deixaram a reunião dizendo que as respostas haviam sido evasivas.
“Em relação às respostas, respondemos tudo referente à Secretaria de Receita e Finanças. Se o questionamento foi fora da nossa pasta, eu sinto muito”, disse. Ele contou ter sido questionado sobre convênios, receita tributária, remanejamento e suplementação orçamentária.
Em relação aos contratos que não foram pagos, o secretário afirmou que isso aconteceu sem que houvesse ordem do prefeito, mas por um entendimento técnico por existirem “questões técnicas não conclusivas”. Ele não soube falar quantos contratos e em que valor deixaram de ser pagos.
Ben Hur argumentou que a decisão de deixar de pagar alguns contratos foi tomada porque se houver algo de errado nos contratos não haveria como recuperar o dinheiro depois de pago. No primeiro trimestre, segundo ele, foram pagos R$ 260 milhões em contratos.
O contrato mais difícil de ser analisado é o com a Solurb, referente ao lixão. Por conta da analise, R$ 12 milhões deixaram de ser pagos no período. “Precisamos ter zelo com o dinheiro público”, ressaltou.
Sobre a verba de suplementação, o secretário de Planejamento e Finanças explicou que os vereadores estão confundindo suplementação com remanejamento.
“Eles estão questionando muito questão de remanejamento orçamentário e isso pode. Houve só remanejamento. Até hoje só houve remanejamento, mas que a vontade é tanta de achar algo de errado que eles ficam insistindo”, declarou. “O que estamos fazendo é constitucional”, acrescentou.
Ben Hur contou ainda que somente no ano passado foram 45 decretos com titulo de suplementação da Prefeitura “e nada foi questionado”.
O secretário Gustavo Freire deixou a oitiva sem atender a imprensa.
Secretários municipais Wanderley Ben Hur (Planejamento e Finanças) e Gustavo Freire (Receita e Governo) foram ouvidos nesta segunda-feira
Foto: Fernanda Kintschner/CapitalNews
Zeca do PT
Ao deixar a oitiva, o vereador e ex-governador Zeca do PT afirmou que a reunião serviu de palanque para os adversários. “O PMDB está criando fatos para desgastar a imagem do Bernal e esse comportamento não contribui em nada”, disse.
O partido do governador André Puccinelli e do ex-prefeito Nelsinho Trad tem a maior bancada na Câmara Municipal de Campo Grande. “Por que estão levantando se as empresas não estão cumprindo com os contratos só agora? Por que não fizeram com a outra administração também?”, questionou.
Zeca declarou ainda que se for constatado que algum contrato da Prefeitura de Campo Grande está sob suspeita, que ele irá levar ao Ministério Público Estadual.
Para o vereador Zeca do PT, oitiva serviu para PMDB tentar desgastar a imagem do prefeito de Campo Grande
Foto: A. Ramos/CapitalNews
