Waldemir Barreto/Agência Senado

Senador Telmário Mota é novo relator no caso de Delcídio do Amaral no Conselho de Ética
O senador Telmário Mota (PDT-RR) é o novo relator da representação contra Delcídio do Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética do Senado. O nome de Telmário foi sorteado na quarta-feira (2), depois que o primeiro relator do caso, Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), foi removido a pedido dos advogados de Delcídio porque seu partido apoiou a representação.
O pedetista tem cinco dias úteis para tomar conhecimento da defesa prévia de Delcídio e dar parecer se o processo contra ele deverá ser aberto ou arquivado. O parecer dele será votado pelo conselho na próxima quarta-feira (9). Porém, ele não antecipou seu voto.
O sorteio do novo relator foi marcado por desistências. Vários senadores pediram para serem retirados do sorteio. “Não queriam por foro íntimo”, afirmou o presidente do colegiado, senador João Alberto Souza (PMDB-MA).
Por fim, ao se retirarem os desistentes e os nomes daqueles filiados aos partidos impedidos de relatar (PT, PSDB, DEM e Rede), ficaram como candidatos apenas Telmário, Lasier Martins (PP-RS) e João Capiberibe (PSB-PB).
Logo após ter seu nome sorteado, Mota garantiu que, ao contrário dos colegas, não se sente constrangido em relatar o caso de Delcídio. “Um senador tem que ser senador por inteiro. Se você vem para cá com alguma coisa que lhe impeça de fazer o seu trabalho, é melhor ir embora para casa”, disse.
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Prisão
Delcídio do Amaral passou 87 dias preso após ser flagrado em uma gravação na qual oferecia R$ 50 mil por mês e um plano de fuga para o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, não fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público no âmbito da Operação Lava Jato. A gravação foi feita pelo filho do ex-diretor, Bernardo Cerveró, que recebeu a oferta de Delcídio e entregou o áudio aos procuradores do caso.
Na conversa, Delcídio também garantia a Bernardo que poderia conseguir um habeas corpus para Nestor Ceveró no Supremo Tribunal Federal porque tinha influência sobre alguns ministros. A defesa do senador alega que ele era amigo da família Cerveró e participou da reunião nesta condição e não como parlamentar. Além disso, os advogados alegam que Delcídio citou a possibilidade de conseguir a soltura do ex-diretor como uma forma de “acalentar um filho desesperado”, mas nunca chegou a executar de fato nenhuma das propostas feitas na conversa.
O advogado do senador, Gilson Dipp, que pediu a troca da relatoria no conselho, disse que ficou satisfeito com a mudança e espera que ela contribua para que o caso seja analisado de forma equilibrada. “Os três nomes eram bons. Nós temos que confiar que o relator seja isento e faça um relatório justo”, disse.
*Com informações da Agência Brasil