Símbolo da implantação da rota bioceânica, que vai encurtar o caminho de Mato Grosso do Sul e países da América do Sul com oceano pacífico A expectativa é aumentar as exportações com redução de custos e produtos mais competitivos ao mercado asiático.
"Trata-se de um momento histórico, que vai se consolidar depois de muitas reuniões e discussões para se chegar ao início das obras desta ponte", destacou o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, sobre o início da construção da ponte sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (PY). Fundamental para a implantação da Rota Bioceânica, a obra é considerada um marco para o desenvolvimento do Estado e do País.
Secretário de infraestrutura ainda destacou que a rota bioceânica será uma integração comercial, de negócios e também de turismo. "Vai favorecer em todos os setores, do nosso lado estamos fazendo nossa parte, que é ligar as nossas rodovias com a rota. Agora é acompanhar de perto a execução destas obras, pois são novas oportunidades que vão ficar na história do Estado e Brasil".
Início das obras simboliza concretamente a realização de um sonho de décadas e a viabilidade da Rota Bioceânica, afirmou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O grande desafio, agora, na sua avaliação, é desburocratizar o setor alfandegário.
“A ponte tem um simbolismo muito forte ao garantir esse corredor ao Pacífico, que dará maior competitividade a Mato Grosso do Sul e a toda região Centro-Oeste, integrando definitivamente os quatro países (Brasil, Paraguai, Argentina e Chile) não só economicamente, mas também na cultura e no turismo”, disse o governador. “O Centro-Oeste exporta 68% de sua produção aos países asiáticos e a rota vai encurtar distâncias e reduzir o custo do frete em até 35%.”
Azambuja citou ainda os investimentos em segurança pública na região, anunciando que a polícia de Mato Grosso do Sul terá torres interligadas com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), com um sistema de alta precisão, e está adquirindo um helicóptero para o DOF (Departamento de Operações de Fronteira), além de ações integradas com o Paraguai já em execução.
Para o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, a obra significa a integração dos oceanos Atlântico e Pacífico através de um corredor logístico de extrema importância, além de significar o desenvolvimento de toda a região. "Um dos pontos que a gente sempre cuidou é garantir o desenvolvimento de toda esta região. Este é o trabalho que está sendo desenvolvido, que Porto Murtinho e as cidades paraguaias se apropriem também deste desenvolvimento", completou.
Em sua fala o presidente do Paraguai, Mário Benitez, garantiu a conclusão da ponte sobre o Rio Paraguai em menos de três anos (prazo contratual) e anunciou a pavimentação do último trecho da rodovia do Chaco Paraguaio, de Carmelo Peralta a Lomo Plata (do total de 275 quilômetros, faltam apenas 28 quilômetros). Conforme o Governo do Estado, o presidente do Paraguai também confirmou a contratação da segunda etapa da rodovia, correspondente a 350 quilômetros entre Marescal Estigarribia e Pozo Hondo (Argentina).
“Estamos aqui celebrando uma aliança estratégica de irmandade e fraternidade com o Brasil”, disse Benitez, enfatizando que há mais de 40 anos a tão sonhada integração entre os dois países, iniciada com a construção da Ponte da Amizade, no Rio Paraná, não avançou. “Este ato está demonstrando como tem que ser a relação de países irmãos e o Paraguai sustenta a sua posição de ser aliado para a competitividade que a Rota Bioceânica proporcionou a todo o eixo que a interliga. Teremos um impacto muito grande na economia e também na cultura”, finalizou.