Vereador compara redução da tarifa de ônibus a\"cirurgia de risco\"

Vereadores da Capital e o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) Rudel Trindade estão reunidos na manhã desta sexta-feira, 10 de julho, para discutirem o valor da tarifa de ônibus na cidade.

O encontro, realizado a portas fechadas, é realizado por ordenação da promotora de Justiça Regina Dornte Broch, que já havia determinado prazo à Câmara e à Prefeitura para apresentação de um projeto de redução da tarifa; isso foi no dia 13 de junho. O valor da passagem na Capital é uma das mais caras do País. O aumento promovido em março fez o preço ir de R$ 2,30 para R$ 2,50 para pagamento em dinheiro e de R$ 2,10 para R$ 2,30 para quem utiliza o cartão eletrônico.

A equipe de reportagem do Capital News conseguiu conversar com um dos vereadores durante a reunião. Ailton Saraiva usou metáforas para se referir às discussões. “A redução seria como uma cirurgia de risco. O paciente [que seria o usuário] pode sobreviver, como pode causar complicações”.

Parra Saraiva, a retirada ou diminuição de tributos e encargos como o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços), cobrados pelo governo do Estado sobre o diesel por exemplo, seriam as alternativas para viabilizar a baixa no preço da passagem.

Saraiva disse que as diversas gratuidades que são pagas pelo estudante e policiais, por exemplo, seriam também um encargo para as empresas que fariam o custo ser alto. Ele afirma que são 13 categorias que recebem gratuidade. No caso dos estudantes, o vereador diz que os carentes deveriam receber e no caso de policiais e bombeiros militares, o governo deveria arcar com o preço da passagem. Ainda com suas metáforas, ele diz: “Isso foi concebido em época de campanha [referindo-se, principalmente, à gratuidade para os alunos, concebida de forma definitiva em 1996]. Pensou-se que o filho ia crescer e ficar bonitinho, mas cresceu e ficou gordo e pesado.”

Só para lembrar

Caso as propostas colocadas aos colegas pelo vereador Saraiva sejam colocadas em prática, um direito adquirido pelos estudantes pode ser simplesmente destituído. Com relação ao pagamento de passagens de policiais e bombeiros, por exemplo, direta ou indiretamente, o usuário poderia ainda continuar pagando da mesma forma, pois, o dinheiro que sai dos cofres públicos, é dinheiro retirado via impostos do contribuinte e que, se usado para este fim, deixará de ser empregado em outras áreas.

Nelsinho não estaria entre os participantes da reunião. Ele disse, em entrevista concebida semana passada, que a afirmação de que a tarifa do transporte coletivo na cidade seria alta demais de “leviana e imbecil”.