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Reportagem Especial Sábado, 14 de Agosto de 2021, 14:36 - A | A

Sábado, 14 de Agosto de 2021, 14h:36 - A | A

Sobrevivência na Pandemia

A pandemia e o caos estabelecido na vida de pequenos empreendedores da Capital

Presidente da CDL, Adelaido Vila, prevê que situação econômica deve demorar para ser restabelecida

Laura Holsback
Especial para o Capital News

Arquivo Pessoal

A pandemia e o caos estabelecido na vida de pequenos empreendedores da Capital

Filho junto com os funcionários que juntos lutavam pelo sucesso do restaurante

Com afinidades na culinária, foi essa a maneira que Rita de Cássia Marques Corrêa da Costa Gassi encontrou para se realizar profissionalmente e garantir o pão de cada dia à família.

 

Trabalhando na produção de bolos e salgados durante mais de uma década, ela decidiu ampliar os negócios tornando-se uma microempreendedora. Em 2011, passou a cozinhar refeições e neste segmento abriu o primeiro restaurante dentro do Tribunal de Contas, em Campo Grande.

Após cerca de seis anos participou da primeira licitação, no Tribunal de Justiça de MS, e ganhou. Ela imaginou que enfim realizaria o sonho de ser uma grande empresária, no entanto foi frustrada pela pandemia de Covid-19.

Arquivo Pessoal

A pandemia e o caos estabelecido na vida de pequenos empreendedores da Capital

Empreendimento demandou grande investimento e hoje não existe mais

 

Neste último empreendimento, Rita de Cássia fez grande investimento na aquisição de máquinas de alto valor, dentre outras necessidades para oferecer segurança, conforto e boa qualidade aos clientes. O lucro que era esperado, tornou-se prejuízo, dívidas, e o sonho acabou em falência. “Com o fechamento do restaurante tive que demitir os meus funcionários e pagar muitas rescisões. Hoje estou endividada com bancos pelos empréstimos que tinha feito para abrir o restaurante. Por um tempo cozinhei em casa e fazia as entregas pelo Ifood, mas até isso precisei parar porque peguei a Covid-19”, lembra.

Hoje, ela e o filho tentam recuperar as finanças da família. Rita trabalha na produção de salgados e ele como motorista de aplicativo. “Essa situação afetou toda a minha vida e hoje preciso fazer uso de medicação controlada. É terrível você ver o seu sonho sendo destruído”, lamenta.

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A pandemia e o caos estabelecido na vida de pequenos empreendedores da Capital

Rita hoje tem 53 anos e diz que devido a frustração, desistiu de empreender

 

Rita de Cássia Marques Corrêa da Costa Gassi faz parte de uma grande parcela de pequenos empreendedores que sentiram na pele os reflexos negativos da pandemia. Segundo dados da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Capital, no primeiro mês de pandemia, em março do ano passado, 122.838 empresas do ramo do varejo fecharam as portas. Os números comparados ao mesmo mês deste ano, mostram discreta melhora com 94.707 fechamentos.

Presidente da instituição, Adelaido Luiz Spinosa Vila avalia que neste momento a sociedade enfrenta o resultado do caos provocado no período de pandemia. A vida está voltando ao normal, porém diante de um índice inflacionário muito alto e grande número de pessoas desempregadas, em torno de 50 mil no setor do varejo. “Hoje já não há o auxílio de R$ 600, existem ainda muitos desempregados devido ao grande número de demissões que ocorreram no começo da crise. Faltam financiamento e crédito para as pessoas poderem empreender. Houve achatamento na renda e, segundo os mais otimistas, a retomada do ritmo econômico deve durar ainda em torno de cinco anos”.

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A pandemia e o caos estabelecido na vida de pequenos empreendedores da Capital

Presidente da CDL avalia que o cenário na economia deve levar bem para retomar a estabilidade

 

O Presidente da CDL pontua que no mês de julho e começo de agosto, pesquisa realizada junto aos varejistas, indica que houve queda no movimento bastante significativa. Na ordem de 7 a 8% comparado ao ano de 2019. “A economia deve demorar a ser retomada se não tivermos uma política forte e ajuda para reerguer os negócios. A vacinação trouxe alívio para a saúde  e um pouco mais de confiança para o mercado que começa a investir em estoques e contratações. Um passo muito importante para o resgate econômico”, avalia.

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A pandemia e o caos estabelecido na vida de pequenos empreendedores da Capital

Empreendimento demandou grande investimento e hoje não existe mais

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