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Reportagem Especial Domingo, 19 de Fevereiro de 2023, 07:36 - A | A

Domingo, 19 de Fevereiro de 2023, 07h:36 - A | A

Reportagem Especial

Fevereiro Laranja mês de conscientização e combate à leucemia

Cultivo e horta ajudou filho de Karina, de 8 anos no tratamento da doença

Renata Silva
Especial para o Capital News

Acervo pessoal

Fevereiro Laranja mês de conscientização e combate à leucemia

O Moisés durante o tratamento contra a leucemia

"Descobrimos a doença depois de 4 meses do primeiro sintoma"

“Descobrimos a doença depois de 4 meses do primeiro sintoma, que foi dor no corpo. Quando o diagnóstico foi fechado, ele estava desidratado, não se alimentava e também apresentava marcas roxas no corpo e sangramento nasal”, esses detalhes quem lembra é a dona de casa Karina Martinez da Silva de 29 anos mãe do estudante Moisés Martinez da Silva Souza de 8 anos. Ele foi diagnosticado com Leucemia Linfóide aguda no dia 8 fevereiro de 2022, a conclusão chegou depois dela levar o filho a quatro médicos.

A doença é o tipo de câncer mais comum durante a infância. Ocorre quando uma célula de medula óssea desenvolve erros no seu DNA. Os sintomas podem incluir aumento dos gânglios linfáticos, hematomas, febre, dor óssea, sangramento da gengiva e infecções frequentes. Para tratar pode ser necessário quimioterapia ou medicamentos direcionados que eliminam especificamente as células cancerígenas.

A mãe conta que foram momentos difíceis entre saber o que o filho tinha ao tratamento. Ela recorda que assim que chegou no hospital recebeu um bombardeio de informações.

"Meu filho pode morrer?"

 

Ela fala que veio psicóloga, nutricionista, assistente social, toda a equipe de médicos para tirar as dúvidas sobre a doença. “Esse momento foi o mais tenso de todo o tratamento pra mim. A única coisa que perguntei pra Doutora Thaís foi: Meu filho pode morrer? Ela me explicou todas as possibilidades e naquele momento eu pedi pra Deus força pra cuidar dele”, detalha.

Acervo pessoal

Fevereiro Laranja mês de conscientização e combate à leucemia

O Moisés durante o tratamento contra a leucemia

"94% do sangue comprometido com a doença"

Dona Karine fala que passou momentos de altos e baixos, isso porque a cada procedimento o filho sofria muito, mas ela tinha que ser forte para passar segurança para o pequeno. “Ele não entendia o porque tinha que passar por tudo aquilo. Ele entrou numa quimioterapia bem agressiva, porque chegou com alto risco, ou seja, 94% do sangue comprometido com a doença”. Acrescenta.

Na época que a dona Karina descobriu a doença no filho, Moisés participava com os coleguinhas da escola, de um projeto onde ajudava no plantio de horta num Centro de Convivência no bairro. Com o diagnóstico, ele precisou se afastar das atividades presenciais, para não ficar desassistido os professores tiveram a ideia de levar a horta para a casa do Moisés.

Acervo pessoal

Fevereiro Laranja mês de conscientização e combate à leucemia

O pequeno Moisés colhendo as alfaces da horta em casa


A horta foi uma das mais importantes contribuições no tratamento dele. Karine lembra que de forma lúdica, usava a horta para explicar ao filho a doença. “Como uma planta que nasce, precisa ser regada, tratada para depois ser colhida, com você filho, não é diferente. Você está passando por tudo isso agora e logo ficará bem ", recorda.

Quase um ano se passou e essa história rendeu frutos. Em dezembro, o Moisés iniciou a fase de monitoramento da doença, indo somente três vezes ao mês ao médico. Essa semana ele voltou ao projeto cultivando as hortaliças junto com os coleguinhas.

Acervo pessoal

Fevereiro Laranja mês de conscientização e combate à leucemia

Essa foi o dia que a doutora disse que Moisés podia voltar pro projeto


A Karina fala que o Moisés é um "milagre" e que esta fase que estão vivendo é "uma fase ótima" e destaca que hoje pode dizer que está tranquila e que nunca deixou de acreditar na cura.

"Nós aprendemos a valorizar as pequenas coisas sabe, o que realmente importa"

 

Ela também destaca que o ambiente hospitalar lhe ensinou muito, porque toda semana tem mãe novas lá no hospital e mais uma criança diagnosticada com a doença. “No dia que recebemos a notícia de voltar para casa meu filho pediu macarrão. Nós aprendemos a valorizar as pequenas coisas sabe, o que realmente importa”, finalizou.

Este mês é celebrado o Fevereiro Laranja que tem como objetivo conscientizar a população sobre a prevenção, diagnóstico e combate à leucemia. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 3 milhões de pessoas morreram no país por até 18 tipos de câncer.

 

• Leia também:
Entrevista | Fevereiro Laranja: O que é leucemia e os sinais que ela apresenta em crianças

 

O transplante de medula óssea é o pilar do tratamento de boa parte dos casos de leucemia aguda, sendo a única estratégia curativa para alguns subtipos. O procedimento consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável.

A medula óssea pode ser destinada a qualquer pessoa compatível, não apenas membros da família e o retorno às atividades normais são em apenas três dias após a doação no procedimento mais simples.

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Fevereiro Laranja mês de conscientização e combate à leucemia

O Moisés durante o tratamento contra a leucemia

Como se tornar um doador
Os requisitos para fazer uma doação de medula óssea são: ter entre 18 e 55 anos, estar em bom estado geral de saúde, não ter doenças infecciosas ou incapacitantes, doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.

Álbum de fotos

Acervo pessoal

O Moisés durante o tratamento contra a leucemia

Acervo pessoal

Moisés Martinez da Silva Souza de 8 anos

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