A Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) em parceria com a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) possibilitará a utilização de veículos aéreos não tripulados, os chamados “drones”, com o objetivo de monitorar as lavouras de soja do Estado.
O resultado da pesquisa e das imagens captadas pelo aparelho tecnológico auxiliará as análises do Siga - Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio, desenvolvido pela Aprosoja/MS, disponibilizado no site da instituição, com informações da cultura de grãos atualizadas por meio de análises de imagens de satélite.
O analista de grãos da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Leonardo Carlotto explicou que a área escolhida, inicialmente, será acompanhada semanalmente a progressão do plantio com a observação do possível crescimento de ervas daninhas, surgimento de pragas, falhas na plantação e falta ou excesso de água.
"Hoje, os pesquisadores da UCDB utilizam os dados do Siga para o acompanhamento das áreas produtivas, mas a intenção é que posteriormente o material captado pelo 'drones' auxilie os técnicos do sistema", ressaltou.
O analista explicou que duas áreas serão acompanhadas, uma com certo tempo de cultivo e outra em início de plantação. “Este projeto é pioneiro e com a comparação conseguiremos verificar quais os problemas reais de cada plantação. As imagens fornecidas pelo drone irão identificar com maior rapidez onde é necessário combater pragas ou receber reforço na adubação”, destacou.
Explicou ainda que os resultados da pesquisa serão essenciais para que se possa mensurar a economia alcançada, lucro, rendimento e aumento na produção. “O resultado desta pesquisa nos oferecerá subsídios para analisar o custo benefício do investimento com o equipamento, e se vale a pena para o produtor rural”, reforçou o analista.
O Embrapa Instrumental realizou levantamento que revelou que o Brasil é um dos pioneiros na utilização de drone na agricultura, porém, como faltam regras específicas que abonem a utilização do aparelho no espaço aéreo, os produtores ainda resistem em aderir a tecnologia.
Os técnicos podem analisar as imagens captadas para criar mapas das áreas e demonstrar com maior rapidez quais os focos que necessitam de atenção. O conjunto de ações pode aumentar a produtividade da lavoura de 15% a 20%. Um exemplo com resultados positivos é a usina São Fernando Açúcar e Álcool, em Dourados, que utiliza seis drones importados para monitorar os 60 mil hectares onde se cultiva cana.