Retorno da malha ferroviária em Mato Grosso do Sul, traz investimentos na cadeia produtiva de Mato Grosso do Sul, que vão escoar grãos, minério, carne e celulose. Considerando que o valor médio para implantar cada quilômetro de ferrovia é de R$ 10 milhões, as solicitações podem garantir investimentos de R$ 6 bilhões.
Pelo menos seis projetos estão tramitando no Ministério da Infraestrutura que vão garantir 560 quilômetros de malha ferroviária. os pedidos se referem a Ferroeste, ligando Maracaju a Dourados, que está em andamento; um da Eldorado Brasil Celulose, para construir ferrovia entre Três Lagoas e Aparecida do Taboado no montante de R$ 890 milhões; um da empresa MRS com objetivo de interligar Três Lagoas a Panorama no total de R$ 1 bilhão e mais cerca de R$ 3 bilhões da Suzano, saindo de Ribas do Rio Pardo a Inocência e de Três Lagoas a Aparecida do Taboado.
Ferroeste
"No caso da Nova Ferroeste, já entregamos o EIA Rima. Então a Ferroeste é a que tem a tecnologia mais adequada, porque já é uma ferrovia existente no Paraná e está incorporada no projeto que vai de Paranaguá até Maracaju. Recentemente nós tivemos a autorização da ligação de Dourados a Maracaju que passa a compor a ferrovia com um prazo aí de concessão de 99 anos. Isso é extremamente positivo em termos de prazo", salientou o secretário de Meio Ambiente e Produção, Jaime Verruck.
A Nova Ferroeste que já está em processo de licenciamento ambiental e prevê a construção de uma estrada de ferro entre o Mato Grosso do Sul e o Litoral do Paraná. Ao todo, 1.304 quilômetros de trilhos vão conectar Maracaju a Paranaguá (PR), além de um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu.
Os investimentos somente no trecho de MS que terá inicialmente 76 km e já está em andamento superam R$ 1,2 bilhão. Mas o projeto vai levar de grãos a carnes dos principais polos produtivos de MS até o Porto de Paranaguá e até Santa Catarina.
Celulose
A celulose é a locomotiva que puxa os investimentos, conforme a Semagro. O interesse existe porque as empresas do setor buscam alternativas ao transporte rodoviário para exportar a produção de mais de 4 milhões de toneladas de celulose produzidas em Três Lagoas por ano que movimentaram em 2021 mais de R$ 8 bilhões.
A expectativa é que o volume vai quase dobrar com o Projeto Cerrado da Suzano que prevê a instalação de uma unidade em Ribas do Rio Pardo que vai produzir 2,5 milhões de toneladas ano de celulose, com investimentos de R$ 19,3 bilhões, sendo que R$ 4,6 bilhões são para atividades florestais, na estrutura logística e outras iniciativas previstas em projetos.
Por isso foi apresentado no Ministério da Infraestrutura o pedido para construção de trechos Ribas do Rio Pardo a Inocência, e um entre Três Lagoas e Aparecida do Taboado. Também a Suzano está viabilizando o acesso à malha férrea da empresa Rumo, que já é ligada ao porto marítimo paulista. Além disso já houve uma homologação e autorização de projetos de retomada de novas malhas na Costa Leste do Estado.
Malha Oeste
Malha Oeste, desativada em 2014, liga Mairinque até Corumbá e Campo Grande até Ponta Porã. "Essa malha, ela está em estudo. Foi contratado um consórcio que está fazendo todos os levantamentos, e o Governo está participando ativamente desse processo.
Da mesma forma, a previsão é finalizar os estudos agora no primeiro semestre e se estabelecer o processo de religação para o final do segundo semestre. Então esse é o objetivo da Nova Malha Oeste", enfatizou.
Verruck ainda complementa relatando que ainda não houve nenhuma solicitação formal no Ministério da Infraestrutura; "Nós temos o trecho de Campo Grande a Corumbá que é premente que se viabilize a saída de minério,
já que houve crescimento de exportação de minério de 140% no ano passado. Isso trouxe uma enorme pressão em cima das rodovias.
Por isso hoje precisamos achar uma saída logística mais viável. E isso pode vir com a retomada da malha ferroviária de Mato Grosso do Sul, que abre um cenário positivo, favorável de revitalização, de trabalho e de uma nova estrutura logística para o Estado", finalizou.