Campo Grande Terça-feira, 23 de Abril de 2024


Rural Quinta-feira, 26 de Novembro de 2020, 10:28 - A | A

Quinta-feira, 26 de Novembro de 2020, 10h:28 - A | A

Colheita

Cerca de 5 mil indígenas devem ser contratados para colher maçã

Indígenas dos municípios de Aquidauana, Miranda, Iguatemi, Amambai e Caarapó

Laryssa Maier
Capital News

Funtrab

Cerca de 5 mil indígenas devem ser contratados para colher maçã

Colheita de maçã

Em dezembro deve iniciar o recrutamento de cerca de 5 mil indígenas para trabalhar na colheita de maçã nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A ação vem sendo realizada desde 2015, por meio de uma parceria entre Governo do Estado, Ministério Público do Trabalho (MPT), Comissão Permanente de Investigação e Fiscalização das Condições de Trabalho e Coletivo dos Trabalhadores Indígenas. 

 

A colheita da maçã safra/2021 será de janeiro a maio do próximo ano, neste período ocorrem às colheitas nas macieiras, que duram em média 120 dias, por isso as vagas são temporárias, os indígenas irão colher selecionar e encaixotar as maçãs. 

 

Além dos protocolos de biossegurança, tudo será feito com segurança jurídica no regime da CLT (Concordância das Leis do trabalho). As empresas pagam o salário-base, mas o rendimento bruto pode variar de acordo com outras vantagens oferecidas, como gratificação por produtividade, ou seja, poderá chegar à casa dos R$ 3 mil, são oferecidos o transporte dos índios (ida e retorno), alimentação, alojamento e cesta básica. 

 

A Funtrab realiza essa ação em conjunto com MPT desde 2015, na safra de 2019/20 contratou 5.163 trabalhadores indígenas das etnias guarani-kaiowá e terena do Estado. Já para a safra 2021, serão cerca de 5 mil contratados. 

 

A Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul), responsável pela intermediação da mão de obra, registrou, em reunião realizada na quarta-feira (25), ata com as condições das contratações com os acertos necessários contendo segurança jurídica e medidas preventivas contra o contágio do Covid-19. 

 

Os compromissos pontuados na ata da reunião, são: recrutamento diferenciado, triagem para saber se há algum trabalhador com suspeita de Coviv-19 no envio, transporte adequado, alojamento, refeitório e área de convivência readaptado, uso de máscara, álcool em gel, aferição de temperatura, distanciamento de 1,10cm, controle na entrada das fazendas, e em casos suspeitos testagem e acompanhamento, se positivo terá tratamento e isolamento com monitoria. 

 

De acordo com a assessoria, a Funtrab faz o recrutamento e a seleção desses trabalhadores indígenas nos municípios de Aquidauana, Miranda, Iguatemi, Amambai e Caarapó. Por medida de biossegurança, foram selecionadas lideranças indígenas para fazer a sondagem dos trabalhadores disponíveis nas aldeias, com o preenchimento de um formulário manual e a documentação necessária. Após essa etapa, é repassado para os gestores das Casas do Trabalhador do local para a realização do cadastrado informatizado no Portal Mais Emprego, com isso evita aglomeração dentro das agências.

 

Reunião define regras de biossegurança e jurídica para contratação de indígenas

Participaram da reunião os representantes de seis empresas do cultivo da maçã do RS e SC, o diretor-presidente da Funtrab, Marcos Derzi, o coordenador do trabalho da Funtrab, Antônio Modesto, o procurador do MPT (Ministério Público do Trabalho) Jeferson Pereira, o presidente da ATIN (Associação do Trabalhadores Indígenas) José Carlos Pacheco, e a secretária executiva da Coetrae/MS (Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo no MS), Rosália Aparecida Ferreira da Silva, o membro do IDHMS (Instituto de Direitos Humanos), Maucir Pauletti, dentre outros participantes .

 

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS