Campo Grande 00:00:00 Segunda-feira, 27 de Janeiro de 2025


Rural Terça-feira, 10 de Agosto de 2010, 09:24 - A | A

Terça-feira, 10 de Agosto de 2010, 09h:24 - A | A

Coxim: o futuro pólo de eucalipto de MS?

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Coxim, município localizado ao norte de Mato Grosso do Sul (243 km de Campo Grande), conta hoje com cerca de 20 produtores que investem na plantação de eucalipto na cidade, segundo dados da Agraer (Agência e Extensão Rural). Com a pavimentação asfáltica da BR-359, que liga Coxim com a divisa de Goiás, a prefeitura da cidade espera expandir este segmento, e tornar-se pólo de produção no setor em dez anos. “Com a pavimentação da rodovia teremos mais acesso aos grandes centros consumidores. E, também teremos um investimento na linha férrea, o que criará um corredor ferroviário, pois a linha chegará a Ferronorte”, diz o secretário de governo de Coxim, Rafael Garcia.

O secretário acrescenta que com o investimento no transporte, e com a abundância de terras, a cidade tem tudo para dar certo na produção de eucalipto. “Vamos precisar do apoio da Seprotur (Secretaria de Produção de Turismo), do Governo do Estado e das lideranças políticas, para conseguir atingir o objetivo e fazer com que empresas se instalem na região. A idéia não é conseguir apoio apenas para Coxim, e sim para toda a região norte do Estado, pois de qualquer forma a cidade também lucra”, explica o secretário.

A Ateflor (Assessoria Técnica Florestal, Viveiro Florestal Clonal e Reflorestamento) atende três produtores de Alcinópolis, município situado na região de Coxim. Há três anos que a empresa fornece mudas para a região e neste último ano a procura tem aumentado. “Eles estão aumentando o plantio e o consumo. Calculo que já estejam plantando uma média de mil hectares por ano”, afirma o proprietário da Ateflor, Janir Albuquerque.

Vilmar Silveira é um dos produtores que está apostando no desenvolvimento do setor naquela região. Com uma área de cinco mil e quinhentos hectares dedicada somente à produção bovina, em 2007 iniciou também o plantio de eucalipto. Este ano adquiriu mais terras para expandir o negócio. A área de dois mil e quinhentos hectares vai servir exclusivamente para a plantação de eucalipto. “Nós estamos muito contente com o setor. Embora, ainda não estamos comercializando, pois ainda está em processo de produção, nós já pensamos em vender o eucalipto para as áreas ligadas a produção de energia”, explica.

Um dos motivos para o produtor acreditar no potencial da região é justamente a questão da pavimentação asfáltica da BR-359. “Nós apostamos muito que a estrada vai ajudar aquela região. Com ela, ajuda muito a questão da logística e isso é bom para a gente”, afirma o produtor Vilmar Silveira.

Mas, para que Coxim colha os frutos daqui a 10 anos, como é o esperado, muita coisa precisa ser feita. Hoje 80% da plantação de eucalipto presentes em Mato Grosso do Sul estão no eixo Campo Grande-Três Lagoas. O diretor executivo da Reflore-MS (Associação Sul-mato-grossense de produtores e consumidores de florestas plantadas de Mato Grosso do Sul), Dito Mário Lázaro, explica que antes de investir na plantação de eucalipto, é preciso analisar a relação de produção e consumo da região, para não cometer o mesmo erro do passado, em que não havia consumidor e uma grande área plantada. “Para ter o desenvolvimento do setor, é preciso que haja desdobramento, ou seja, é preciso que a plantação cresça em conjunto com as empresas. Além disso, é preciso pensar na mão-de-obra qualificada, na infra-estrutura, transporte”, aponta.

Dito acrescenta que não é só Coxim ou Alcinópolis que quer investir no eucalipto, mas quase todos os municípios do Estado, por conta principalmente da soja e pecuária em baixa. Entretanto, o diretor alerta que é errado investir no setor apenas porque ele está em alta. “Se todo mundo decidir plantar eucalipto, teremos uma grande produção, e o produto ficará desvalorizado. Precisamos mesmo, é que seja investido em infra-estrutura, e que reduzam os impostos para que a nossa celulose chegue, a onde quer que seja competitiva”, finaliza.

E, afinal, a região norte pode se transformar em um pólo na produção de eucalipto? Pode. No entanto, tem que levar em conta todos os aspectos abordados. (Fonte: Painel Florestal)

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS