Sexta-feira, 22 de Agosto de 2008, 18h:49 -
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Estudo da USP mostra as vantagens e desvantagens da queima da cana
Redação Capital News (www.capitalnews.com.br) - (DA)
Em tempos do “socialmente justo e do ambientalmente correto” a queimada no processo de corte da cana-de-açúcar fere completamente as duas bandeiras, mas algumas vantagens como a redução de pragas e doenças são apontadas pelo professor da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Bernardes, como vantagens no processo.
“Nós não defendemos esse procedimento. E, certamente, a colheita passará a ser mecanizada em pouco tempo. Com a queimada sofre o trabalhador, o produtor e a família de quem estão no campo”, frisou o professor que fez um estudo sobre as duas formas de colheita.
Na palestra “O Futuro da Colheita da Cana-de-açúcar – Novas Tecnologias”, apresentada na segunda edição do Canasul, promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Federação das Indústrias de MS (Fiems) e Governo do Estado, Bernardes comenta que a colheita mecanizada deixa um excedente maior de palha no solo, que pode ser utilizada para a produção de combustível. A palha com a colheita da cana crua também protege o solo da erosão e otimiza as operações de irrigação.
As desvantagens da mecanização estão na irregularidade de brotação, na mudança da incidência de pragas e doenças. “A alternativa seria o uso da tecnologia para uma nova variedade de cana, o recolhimento e o aleiramento da palha”, apontou o professor.
Quanto ao processo de queima e a quantidade de CO2 emitido no meio ambiente com o processo da cana, Bernardes alerta que isso deve mudar. “Sabemos que em breve tudo será mecanizado, mas hoje a cidade de Campo Grande emite muito mais carbono do que a queima de 1,5 toneladas de cana queimada”, apontou. Conforme Bernardes, na agricultura e pecuária em geral, a emissão de carbono é gerada principalmente pelo petróleo, utilizado nos maquinários. “Tudo que a agricultura emite é neutralizado com o processo de fotossíntese”, explicou.
O Canasul acontece até amanhã (23), no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande. O evento é promovido pela Comissão Técnica de Cana-de-açúcar da Famasul, Fiems e governo do Estado, e tem o apoio do Sebrae/MS, do Banco do Brasil e da Sew Eurodrive. (Com Assessoria)