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Rural Quinta-feira, 18 de Setembro de 2008, 08:47 - A | A

Quinta-feira, 18 de Setembro de 2008, 08h:47 - A | A

Iagro informa que vence hoje o prazo para destruir restos do algodoeiro

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

“Muitos produtores não conseguiram terminar a colheita devido ao atraso de chuvas. Por conta disso, ainda poderia haver restos da última safra, o que seria um risco para a proliferação do bicudo”, comenta Félix Rebouças Castro, gerente de inspeção e defesa sanitária vegetal da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).

O período de plantio do algodão vai de janeiro até meados de julho, com ciclos de cinco a seis meses. Como até o final de agosto, primeira data para extinção das soqueiras, os agricultores não haviam colhido toda a safra, foi ampliado o prazo. A nova data de 18 de setembro é válida para produtores de Água Clara, Alcinópolis, Camapuã, Cassilândia, Chapadão do Sul, Costa Rica, Coxim, Figueirão, Pedro Gomes, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste e Sonora

Félix reforça que mesmo com a ampliação alguns produtores podem não ter destruído as soqueiras, o que pode vir a criar novos focos do bicudo. Um dos entraves para isso se resume na resolução do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que, não sendo lei, não permite punições e dá margem ao não cumprimento da determinação.

“Alguns produtores não atendem a solicitação e mantém os restos da última safra. Porém, aqueles que participam do programa de incentivo do Governo do Estado precisam de um certificado emitido pela Iagro, e que somente é cedido com a confirmação da não existência de soqueiras na propriedade”, salienta Félix.

O bicudo é um inseto que se alimenta da inflorescência do algodão, chamada de capulo. Além disso, o animal deposita ovos no período de desenvolvimento da planta, e a larva do inseto destrói a cultura. “Quando são localizados, alguns produtores conseguem colher cerca de 20% do que foi plantado. Mas, na maioria das vezes, a perda é total”, acrescenta o gerente da Iagro.

Mesmo com o fim da colheita no mês de julho e o início da próxima somente no ano seguinte, esse hiato não é considerado vazio sanitário, tal como acontece com a soja. “Há alguns estudos, como da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] que sugerem a adoção de vazio também para o algodão. Mas ainda não há aprovação legal para isso”, finaliza Félix.

Durante o vazio sanitário da soja, os produtores são proibidos de plantar e devem destruir as tigüeras, restos da última safra, como maneira preventiva de evitar o desenvolvimento da ferrugem asiática. O vazio sanitário da soja vai até 30 de setembro em Mato Grosso do Sul. (Com Assessoria)

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