Um levantamento feito pela Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), prevê que a utilização correta dos afluentes como forma de acesso aos municípios é um fator indispensável ao desenvolvimento do setor primário do Estado, se as soluções apontadas forem implantadas.
A avaliação é do gestor da área técnica da Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Lucas Galvan, sobre o Plano de Melhoramentos da Hidrovia Paraná-Tietê, realizado pela Ahrana – Administração da Hidrovia do Paraná e apresentado na manhã desta terça-feira (09), em Campo Grande.
Foram estudados, pelo levantamento, mais de seis mil quilômetros da malha hidroviária que corta os Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Durante o debate foram apresentadas propostas de estudos sobre a utilização dos Rios Amambai, Ivinhema e Sucuruí, criando importantes vias de escoamento para o agronegócio, em especial para o papel e celulose, em franca expansão na costa Leste do Estado.
Os investimentos, que serão realizados em três fases, somam investimentos na ordem de R$ 13,5 bilhões até 2015, atendendo a uma solicitação do Ministério dos Transportes que visa diminuir os custos, tornando a navegação mais rápida e segura.
De acordo com o superintendente da Ahrana, Antonio Badih Chehin, “entre os melhoramentos previstos, além da navegação nos rios do Estado, estão à extensão dos trechos navegáveis, aumento da capilaridade da hidrovia, possibilidade de navegação de comboios maiores - para ganhos de escala - e criação de um novo corredor, paralelo ao Tietê, em direção aos portos de Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC).
Uma vez implementados pelo Ministério, os melhoramentos apontados contemplariam 80% das áreas mais produtivas de Mato Grosso do Sul, aponta Galvan. “Os afluentes inseridos nos estudos permitem a navegação pelo interior do Estado, facilitando a utilização de multimodais no escoamento da produção”, avalia Lucas. “A utilização de novos acessos significaria mais competitividade para o produtor, que é eficiente da porteira pra dentro, mas perde da porteira pra fora devido ao gargalo logístico. É o chamado custo Brasil”, enfatiza Galvan.
Segundo o estudo, o volume de grãos e derivados transportado da região Centro-Oeste passará dos 60,1 milhões de toneladas previstas para 2015 para 97,8 milhões de toneladas em 2045. A divulgação do estudo teve o apoio da Famasul e da Fiems - Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul.