Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), encaminhou uma proposta a Comissão de Agricultura da Câmara Federal, que solicita o direcionamento de R$ 3 bilhões em recursos do Plano Safra 2021/2022, iniciados em 1º de julho, ao Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA).
O projeto foi apresentado durante audiência pública realizada na última quarta-feira (2) pela Comissão de Agricultura da Câmara Federal, na ocasião foram debatidas propostas para aplicação de recursos do crédito oficial destinados à próxima safra.
Durante videoconferência, o presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan, solicitou a fixação da taxa de juros de até 5% ao ano, seguindo a taxa Selic projetada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para 2021. A reunião contou com a presença de entidades do agro, parlamentares e órgãos do governo.
Antonio Galvan propôs ainda a destinação de 50% do volume de investimentos do programa para armazéns com capacidade até 1.000 toneladas ou para a construção de condomínios. “A armazenagem é crucial, mais importante até do que o custeio agrícola. Logística de armazenagem é um dos principais itens para garantir a estocagem daquela safra, que todo ano acontece. Também é viável produzir um armazém para quem produz em cerca de 300 hectares ou pequenos armazéns em sistema de condomínio”, argumentou o presidente via assessoria.
O presidente Aprosoja, destaca que os recursos destinados à armazenagem beneficiam diversos setores, como a redução no custo do frete e a melhoria na trafegabilidade das rodovias durante a colheita. “Muitas vezes a propriedade está localizada a 100 km do armazém, quando poderia ter um local para guardar a produção dentro da fazenda ou mais próximo da propriedade. Se tivermos armazenagem nas propriedades, poderemos tirar a safra num período melhor, ganhando inclusive com a redução no custo dos fretes e poupando as estradas tirando a safra no período seco”, ressaltou.
O Brasil possui capacidade para armazenar aproximadamente 60% da sua produção. Em Mato Grosso e nos estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), o percentual chega a 50%. “Esta é uma demanda de todas as Aprosojas estaduais e vem sendo encampada principalmente pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso”, finalizou Galvan.
De acordo com a proposta encaminhada pela Aprosoja Brasil, os investimentos destinados à armazenagem retornariam aos patamares da Safra 2013/2014, quando foram destinados R$ 3,2 bi ao PCA.