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Rural Segunda-feira, 05 de Janeiro de 2015, 18:48 - A | A

Segunda-feira, 05 de Janeiro de 2015, 18h:48 - A | A

Só em 2017 obras de logística devem refletir no agronegócio

Taciane Peres - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Uma série de projetos e investimentos pulverizados visa a redução de frete ao agricultor, porém, este resultado não deve vir em 2015. A previsão é que os reflexos aconteçam, de fato, e baixem os custos de produção, em 2017.

A avaliação é do diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, organização presidida pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). Ele explica que a diminuição nos valores de frete deve vir através de expansão do escoamento pelo Norte e é para este sentido que estão voltados os trabalhos de Logística no agronegócio.

"Temos um mercado com sinalizações baixistas, custos de produção altos e a Infraestrutura Logística dificulta o transporte. Este é um item muito importante e continua sendo um entrave para o setor. Para 2015, diversas medidas não podem ser deixadas de lado, como mais agilidade nos portos", acrescenta o diretor técnico da Aprosoja-MT, Luiz Nery Ribas.

Além disso, vale ressaltar o avanço nas culturas de grãos do complexo regional Matopiba, que compreende o sul do Maranhão, o leste do Tocantins, o sudoeste do Piauí e o extremo oeste da Bahia. Apesar de o Centro-Oeste ainda ser o maior produtor dessas commodities, um estudo do Instituto de Economia Agrícola (IEA), com informações consolidadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que os estados do Matopiba foram os que mais cresceram em áreas agriculturáveis entre os anos de 2009 e 2014. O cultivo de Soja, por exemplo, saltou 112% em área e 108% em produção no Tocantins, enquanto o Mato-Grosso variou 47% nos dois segmentos avaliados. Estes resultados também colaboraram para o desenvolvimento em portos do Norte, como os localizados nos municípios paraenses Barcarena e Santarém.

Para 2015

No transporte rodoviário, Ferreira destaca a continuidade nas obras da BR-242, o início na BR-158 e a conclusão na duplicação da BR-163. "Na 158 existe o contorno de uma reserva ambiental que precisa começar no ano que vem", diz. A rodovia BR-163 atravessa o Médio-Norte, principal região produtora do Centro-Oeste, e permitirá que a colheita siga para o Pará e, depois, para os portos do Norte e Nordeste.

"No ferroviário, deve acontecer a licitação da Fico [Ferrovia de Integração do Centro Oeste] já no 1º semestre, e no 2º a que corresponde ao trecho Açailândia-Vila do Conde. Também teremos o início da adequação de capacidade da Ferronorte, que hoje transporta 14 milhões de toneladas de Rondonópolis para Santos e passará a levar 25 milhões de toneladas, com obras principalmente em São Paulo", comenta o diretor do Pró-Logística.

Em relação aos portos, estima-se que as licitações no Vila do Conde, em Barcarena, e Santarém devam acontecer em meados de abril, visto que dependem apenas da liberação feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo Ferreira, também é esperada uma licença ambiental para o complexo portuário de Miritituba.

Atualmente, estão sendo realizados Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) em rios como o Tietê, São Francisco, Bacia do Mercosul e Parnaíba, o que permitirá projetos que viabilizem a navegação. "Esperamos a conclusão destas análises e os projetos prometidos para estes complexos hidroviários, além da retomada no transporte da hidrovia Tietê-Paraná", afirma.

Balanço

Ferreira reconhece que em 2014 foram feitas algumas evoluções no transporte, dentre elas o avanço na pavimentação da BR-163 e o início de sua duplicação. Um concessionário assumiu a divisa de Mato Grosso do Sul a Rondonópolis, no Mato Grosso, gerando melhoria no trafego até o município de Sinop. "Este trecho é o que vai melhorar o fluxo do escoamento da safra deste ano", ressalta Edeon. Na BR-158 houve a pavimentação em torno de Vila Rica, além da recuperação da BR-155. Na parte Ferroviária, foi feito o início da duplicação no trecho de Campinas a Santos, além da resolução dos projetos da Fico, para que ficasse pronta para licitação. "Na navegação portuária está em operação a estação de transbordo de carga em Miritituba, ainda existem duas em construção, e em Vila do Conde são mais dois terminais em funcionamento", diz
 

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