A Associação Nacional dos Fabricantes de Sucos Cítricos (CitrusBR) em estudo elaborado pelo professor Marcos Fava Neves, da Universidade Federal de São Paulo (USP), apontou que a criação de uma empresa mista, sem fins lucrativos, que irá aproveitar a ociosidade nas fábricas e laticínios para envasamento de suco de laranja em embalagens longa vida de um litro poderá ser um bom negócio.
As caixinhas de suco serão comercializadas no varejo e distribuídas para os programas de cesta básica. O suco 100% laranja concorrerá com o néctar de fruta, mercado liderado pela Coca-Cola. O estudo animou o setor citrícola mostrando que é possível logo no primeiro ano escoar 10 milhões de caixas de laranja, com a produção de 200 milhões de litros de suco.
O pesquisador explica que o objetivo é buscar alternativas de escoamento do suco e reduzir os altos estoques nas indústrias, que pelo terceiro ano consecutivo irão pressionar os preços pagos ao produtor de laranja.
A proposta calcula um investimento entre R$ 20 milhões e 30 milhões, principalmente em propaganda para divulgar o novo produto e já foi apresentada ao BNDES, aos ministérios da Agricultura e da Fazenda.
O setor citrícola reivindica ao governo a isenção do PIS/Cofins sobre o suco. Pelos cálculos da pesquisa, sem o imposto federal, o produto poderia chegar no varejo a R$ 3,94.
Segundo a Associação, o presidente da Câmara Setorial de Citricultura, Marco Antonio dos Santos, considera a proposta viável e lembra que neste ano o Governo Federal está aplicando R$ 500 milhões em subsídios para sustentar os preços da laranja e garantir renda aos citricultores.