Será realizado em Paris, no próximo mês, uma reunião da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para avaliar o pedido do governo brasileiro de revisão do status sanitário para a febre aftosa da chamada Zona de Alta Vigilância (ZAV) do Estado.
O Estado de Mato Grosso do Sul foi atingido no fim de 2005 por casos de febre aftosa. A ZAV abrange 12 municípios - com cerca de cinco mil propriedades - em uma faixa de 15 quilômetros de largura ao longo de mil quilômetros na fronteira do Estado com Bolívia e Paraguai.
A chamada zona "tampão" é considerada de risco médio, por isso a carne de gado proveniente da ZAV só pode ser vendida após maturação e desossa. Até setembro de 2009 não era possível comercializar gado para fora do Estado - e ainda não é permitido exportações da região.
Desde 2005 o Estado sofreu um encolhimento estimado de cerca de 10% em seu rebanho bovino e conta atualmente com cerca de 22 milhões de cabeça de gado.
"O problema é que a pecuária ficou muito tempo em situação ruim. Primeiro foi a febre aftosa, depois a queda nos preços, que tornaram os custos de produção mais altos que o da carne. Muita gente foi obrigada a vender vaca", afirma a secretária estadual de Agricultura, Tereza Cristina Correa da Costa, lembrando que o nível de preços já está bem melhor. Em setembro/outubro, diz ela, atingiu R$ 102,00 a arroba no Estado. "Mas o nível de investimento no campo foi reduzido e o pecuarista ficou descapitalizado".
Para Tereza, o avanço implacável do setor de papel e celulose não é uma ameaça a essa atividade econômica. "O eucalipto é o grande eixo de desenvolvimento do Estado e vai entrar na área de pecuária, mas não acabar com ela", diz Tereza Cristina. Em sua opinião, é possível plantar a espécie em 30% da propriedade e elevar a produtividade do gado.