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Cotidiano Quinta-feira, 05 de Maio de 2011, 19:15 - A | A

Quinta-feira, 05 de Maio de 2011, 19h:15 - A | A

Testemunhas alegam que agressões partiram de estudante durante briga com segurança em bar

Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Sete testemunhas de acusação ouvidas nesta quinta-feira afirmaram que as agressões acorridas no dia em que o segurança Jeferson Bruno Gomes Escobar, o Brunão, morreu durante uma briga, partiram do estudante de direito Christiano Luna de Almeida, em uma bar na Avenida Afonso Pena, centro de Campo Grande. Os depoimentos foram ouvidos pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos. As testemunhas confirmaram que o estudante estava agressivo desde o momento em que foi retirado do bar até o momento em que estava do lado de fora, em frente ao estabelecimento, quando entrou em luta corporal com Brunão.

Foram ouvidos no final da tarde, garçons dos estabelecimentos, seguranças que trabalhavam junto com Brunão no dia, parentes da vítima, um amigo de Christiano, o porteiro do condomínio onde o estudante mora, o gerente do bar onde ocorreu a briga e uma vítima de agressão do estudante.

Durante o depoimento, os seguranças que trabalhavam com Brunão no dia alegaram que Christiano estava muito agressivo, devido a embriaguez, quando foi pedido para que se dirigisse ao balcão de pagamento da comanda para se retirar do local. A defesa do estudante se apoiou nas imagens das câmeras de segurança divulgadas pela mídia, onde alega que Christiano estava se defendendo a esmo com chutes e também respondendo a supostas investidas de outros seguranças. De acordo com o chefe de segurança do estabelecimento no dia, Judson da Silva Moraes, os seguranças teriam cercado o estudante no momento em que caiu no chão, para levantá-lo e tirá-lo do lugar sem qualquer tipo de violência. Os seguranças informaram que a medida inicial quando o tumulto começou foi apenas imobilizar o estudante.

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.Audiência sobre o caso durou mais de 4 horas. Dezessete testemunhas foram ouvidas.
Foto: Deurico/Capital News

O advogado de defesa Ricardo Trad acredita que seja improvável que os seguranças tiveram dificuldades em imobilizar Christiano. “Eram mais de três seguranças com porte maior que o Christiano, não acredito que todos eles juntos não conseguiram imobilizá-lo” afirmou o advogado. O amigo de Christiano, Cleverton Elegda Vieira Gonçalves foi quem levou o réu até sua casa depois da briga, porém não informou detalhes sobre como a briga se desencadeou do lado de fora, mas informou que o comportamento de Christiano sempre foi disciplinar. O porteiro, Edson Roberto do Amaral, confirmou que viu Christiano chegar em casa junto com o amigo e falou detalhes sobre o que seria o momento em que o estudante era informado sobre a morte do segurança “Vi o Christiano chegar junto com outros amigos. Vi que um deles recebeu uma ligação e de repente todos ficaram preocupados e colocaram as mãos na cabeça” disse o porteiro.

Um dos pontos abordados pela acusação foi a posição em que Christiano se encontrava no momento em que estava brigando com Brunão no chão. As testemunhas que acompanharam de perto a briga confirmaram que o estudante estava “por cima” do segurança e ainda desferia socos. As testemunhas disseram que duas brigas ocorreram no tumulto. A primeira logo após Christiano ser retirado pelo segurança do estabelecimento e a segunda perto de uma árvore, esta apontada pelas testemunhas o momento em que Christiano ficou por cima de Brunão e desferiu alguns socos. Rafael de Freitas Mecchi, apontado como uma vítima de agressão do estudante em 2009, pediu que depusesse sem que Christiano estivesse presente na sala. Rafael informou que havia sido agredido por engano durante uma confusão. Em seu depoimento também afirmou que tomava remédios controlados por causa do trauma sofrido.

De acordo com o advogado Ricardo Trad, o amigo de Christiano, Cleverton Elegda Siqueira, será ouvido novamente para mais detalhes sobre a briga ocorrida no local. O advogado ainda reforçou que o pré julgamento feito por parte da imprensa foi percebido durante os depoimentos. “Eu vi nos depoimentos que o pré julgamento da mídia sobre o Christiano teve influência. Mas pela defesa foi uma audiência boa, vamos aguardar o depoimento das testemunhas de defesa e posteriormente ver se o juiz o levará a júri popular” disse o advogado ao final da audiência. A próxima audiência está marcada para o dia 14 de junho, onde serão ouvidas as testemunhas de defesa do caso. De acordo com o processo, 12 testemunhas serão ouvidas.

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O advogado de defesa Ricardo Trad
Foto: Deurico/Capital News


Por Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

 

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