O prefeito da Capital, Nelson Trad Filho (PMDB), afirma que cortará o ponto dos agentes de saúde que promovem paralisação por aumento salarial e que demitirá aqueles que estão no período de experiência. “A ordem minha é que se corte o ponto de quem não foi trabalhar e comece um processo administrativo para demissão dos que estão em estágio probatório”. A declaração foi durante entrevista concedida na manhã desta terça-feira (2) , veiculada no jornal MS TV, da TV Morena.
Dos 2,5 mil agentes que trabalham na cidade, 70% não foram atuar na manhã de hoje (2). Eles foram à frente da Prefeitura em manifestação pelo aumento de salário. Conforme o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública de Campo Grande (Sintesp), Amado Cheikh, explicou ao Capital News, “faz dois meses” que a categoria tenta “negociar com a Prefeitura a reposição salarial”. “Sábado [27 de fevereiro], teve reunião com o prefeito e ele nos expulsou da sala, nem ouviu as reivindicações”, complementou.
Nota oficial publicada no site da instituição, assinada como “Prefeitura de Campo Grande”, há afirmação de que os agentes “radicalizaram”.
Categoria alega que valor total da produtividade não é repassado ao salário
Foto: Deurico/Capital News
Confira a íntegra da nota
“A Prefeitura Municipal de Campo Grande nunca se negou a receber qualquer categoria. O diálogo faz parte da tradição desta administração. Em relação aos agentes municipais de saúde, seus representantes já foram recebidos em audiência em duas oportunidades. No entanto, mesmo sem iniciar tratativas reivindicatórias com a Prefeitura, sem apresentar propostas (que poderiam ter sido aceitas pela Prefeitura) os agentes municipais de saúde radicalizaram, optando por uma greve em plena epidemia de dengue e três meses antes da data base, que é em maio. A Prefeitura Municipal de Campo Grande não negocia com categoria em greve e vai providenciar às medidas judiciais cabíveis, alertando que os grevistas estarão sujeitos a elas.”
Seis casos de morte que podem ter sido causadas dengue hemorrágica estão sendo investigadas na Capital. O trabalho dos agentes é o principal no controle e combate do mosquito aedes aegypti, transmissor do vírus provocador da doença.
Nota oficial da Prefeitura diz que Nelsinho não se negou a conversa; diretor de sindicato afirmam que foi "enxotado"
Foto: Deurico/Capital News
Ontem (1º), ao Capital News, via telefonema, um dos diretores do Sintesp, Paulo Cesar de Oliveira, respondeu sobre as afirmações de que a categoria está paralisando em pleno momento confirmação de muitos casos de dengue: “Em momento algum os agentes queriam ou querem parar. Vamos continuar com 30% de efetivo”. A greve precisa de uma questão legal para acontecer que é o diálogo. Quem parou as negociações é o prefeito. Em momento algum, aparamos as negociações, estamos dispostos. Se, para o prefeito, seis mortes não é preocupante, para nós, é. Isso é um problema muito sério. Mas, queremos diálogo.”
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
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