O deputado federal Waldemir Moka (PMDB-MS), viajou com a mulher e as três filhas para a Europa e ainda transportou o ex-deputado José Borba, um dos réus do mensalão, com a cota da Câmara enquanto ocupava a Terceira Secretaria, segundo informações do site congressoemfoco.com.br. Moka ainda debitou na conta da Câmara uma passagem de ida e volta com a mulher para Nova Iorque. Entre as atribuições da terceira-secretaria está a distribuição das cotas de passagem aérea para os 513 deputados.
O Ministério Público Federal encaminhou orientação à Câmara na última semana, reiterando que a cota não pode ser usada por terceiros, tampouco para qualquer atividade que não o exercício do mandato. No dia 9 de novembro de 2007, foram emitidos dez bilhetes, no valor total de R$ 53,02 mil em nome de Moka, da mulher, Geane Oliveira, e de três filhas do deputado, Welluma, Mariana e Irina Britto. O voo que levou a família à Europa partiu de São Paulo com destino a Milão, na Itália.
O regresso à capital paulista se deu pelo aeroporto de Londres. A Câmara ainda pagou a viagem, de ida e volta, de Geane a Nova Iorque. As passagens, no valor de R$ 1,8 mil, para a mulher do então terceiro secretário foram emitidas em 6 de agosto de 2008.No dia 29 de abril de 2008, Moka cedeu parte de sua cota parlamentar para que o ex-deputado José Borba viajasse de Brasília a Londrina, com escala em Guarulhos e Curitiba. O bilhete custou à Câmara R$ 919,12.
Líder do PMDB na Câmara quando estourou o escândalo do mensalão, em 2005, Borba renunciou ao mandato para escapar do processo de cassação. Depois de trocar o PMDB pelo PP, Borba se elegeu prefeito de Jandaia do Sul (PR) em outubro do ano passado. Em resposta encaminhada ao site congresso em foco, Moka admitiu ter usado o benefício da Câmara para viajar com a família para a Europa e para transportar o ex-colega. Por meio de sua assessoria, disse que cedeu a passagem a José Borba porque o paranaense é “ex-deputado e ex-líder do seu partido na Câmara”.
Apenas em 2008, a Casa gastou R$ 78,5 milhões em passagens aéreas. O valor não inclui o que os parlamentares acumulam de milhagem. Mas esses bônus não são usados para abater o valor da cota mensal. Em geral, são convertidos em desconto para os parlamentares fazerem suas viagens particulares.