PSDB e PPS publicaram nota de repúdio sobre declarações feitas na manhã desta quinta-feira (21) pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos (PMDB), e anteriores pronunciadas pelo governador André Puccinelli (PMDB). O partido da senadora Marisa Serrano (PSDB) destaca os trabalhos realizados pela parlamentar, frisando que as decisões tomadas por ela são em conjunto com os coreligionários.
A nota enviada à nossa redação pelo PSDB traz: “A senadora é hoje uma liderança nacional do PSDB que merece respeito de toda a sociedade, visto agir com denodo e transparência, colocando as grandes lutas político-partidárias acima dos interesses individuais. Sendo assim, que fique registrado que a unidade e convergência constituem condição partidária inabalável dos tucanos sul-mato-grossenses no decorrer deste ano eleitoral de 2010.”
Já o PPS se mostrou mais áspero quanto às declarações de Jerson e André, onde afirmam: As falas são "clara de desqualificar e isolar nossa mais importante liderança política". Confira a nota na integra:
Nota Oficial do PPS na íntegra
"O PPS manifesta-se contrário às declarações veiculadas na imprensa da Capital, feitas pelo deputado Jerson Domingos, presidente da Assembléia Legislativa, e pelo Governador André Puccinelli, a respeito da senadora Marisa Serrano, liderança inconteste do Bloco Democrático e Reformista (BDR) de Mato Grosso do Sul.
Os termos e as insinuações que ambos fazem à respeito da senadora não condizem com a realidade do momento político. A senadora Marisa tem se expressado e colocado sua candidatura ao Governo do Estado em conformidade com as decisões coletivas tomadas em vários encontros do PSDB, PPS e DEM em várias regiões do Estado. Portanto, não se trata de posicionamento individual e sim um desejo legítimo de participar do debate político de maneira democrática.
Aqueles que propugnam o pensamento único e encontram dificuldades para conviver com divergências em alto nível, procurando desqualificar e anular a diversidade não estão preparados para os novos tempos em que estamos vivendo. O deputado Jerson Domingos e o Governador André Puccinelli devem rever seus conceitos.
A senadora Marisa tem trabalhado incansavelmente pelo Estado, viabilizando projetos e recursos para todas as regiões e municípios. Um de seus trabalhos mais relevantes foi a viabilização com o governador José Serra de projeto de substituição tributária que atualmente é responsável por mais de R$ 80 milhões para os cofres do Estado.
Além disso, em recente publicação do Diap, a senadora Marisa Serrano foi considerada uma das parlamentares mais importantes do cenário nacional, com forte ascensão no Congresso Nacional.
Diante disso, a Senadora vem se colocando como alternativa no processo político em decorrência da sucessão presidencial. Conforme orientação do BDR, caso não se viabilize a histórica aliança partidária com o PMDB, os três partidos se verão na contingência de estruturar, no plano estadual, a organização da campanha de José Serra, lançando candidatura própria ao Governo.
O PPS reconhece nas declarações do deputado e do Governador a intenção clara de desqualificar e isolar nossa mais importante liderança política. Não obterão êxito. Estamos unidos e coesos em nossos propósitos.
Campo Grande, 21 de janeiro de 2010."
Impasse
Nesta manhã, em evento no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, o deputado Jerson Domingos respondeu com comentário sobre a senadora. "Está plantando dificuldade para vender facilidade”.
A frase deu a entender que o deputado acredita que a senadora "estaria plantando dificuldade" criticando a atual administração do Estado para que a situação fique favorável a ela mesma numa possível candidatura tucana ao governo.
Ontem, André disse em cerimônia no seu gabiente: “Quem quiser pode pôr a tropa na estrada.” A frase seria direcionada à senadora Marisa e ao Bloco Democrático Reformista (BDR) - formado pelo PSDB, DEM e PPS.
O BDR e a senadora têm se mostrado insatisfeitos com a demora do governador em discutir uma possível aliança para o governo do Estado. André disse que só conversa em março. Isso causa estranhamento ao contato estreito existente entre eles. O BDR tem todos os membros inseridos na gestão atual, mas estariam insatisfeitos com a não confirmação de André em apoiar o candidato do grupo à Presidência da República, José Serra (PSDB).
Se André preferir apoiar a candidata concorrente, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), o BDR sai com candidatura própria, e o nome mais cotado se isso ocorrer é o da senadora Marisa. Por isso, a pressa do BDR.(modificado às 18:22 para acréscimo de informações)
Por: Jefferson Gonçalves e Marcelo Eduardo - (www.capitalnews.com.br)
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