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Política Quinta-feira, 28 de Janeiro de 2010, 11:40 - A | A

Quinta-feira, 28 de Janeiro de 2010, 11h:40 - A | A

Ao declarar apoio a Dilma, Nelsinho se complica em suas pretensões políticas futuras, afirma Jerson

Marcelo Eduardo - Capital News

O presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos, afirmou acreditar que o anúncio público do prefeito da Capital, Nelson Trad Filho, afirmando preferir apoiar Dilma Rousseff (PT) para a Presidência da República em 2010, pode comprometer seu futuro político.

“Ele vai responder por isso no futuro. Se ele contraria os encaminhamentos que o governador André tem... O André se mantém calado até saber das verdadeiras intenções do governador de São Paulo Serra para saber se ele quer ou não o seu apoio na disputa pela Presidência. Quando o Nelsinho se manifesta simpático à candidatura da Dilma, dificilmente ele vai contar com aqueles que seguem o governador”, alfinetou Jerson, durante evento na Governadoria, na manhã desta quinta (28).

Nelsinho já declarou ter planos de se candidatar ao governo do Estado em 2014. Mas, para Jerson, no momento em que ele decide explicitar sua predileção pela continuidade da atual gestão do governo Federal , se compromete negativamente com o restante do partido.

Jerson e Nelsinho são peemedebistas, legenda liderada pelo governador André Puccinelli, candidato à reeleição. Como André prefere conversar sobre política só a partir de 31 de março (data limite para que futuros candidatos deixem os atuais cargos públicos, se por ventura os tiverem), a fala de Nelsinho seria uma forma contrária à decisão do “líder”, segundo Jerson.

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Nelsinho disse que seria injusto não apoiar a continuidade da atual gestão do governo Federal
Foto: Deurico/Arquivo Capital News

Aliados tradicionais do PMDB em Mato Grosso do Sul aguardam definição do governador sobre quem apoia para confirmar o namoro. Isso vem gerando especulações constantes nos bastidores políticos.

O Bloco Democrático Reformista (BDR) – formado por PSDB, DEM e PPS – já se mostrou inclinado a deixar a longa parceria no Estado para lançar a senadora tucana Marisa Serrano à disputa pela Governadoria se André não se decidir logo, por outro lado, ele disse que só começa a falar “sobre política” em março.

Estranhamento

Durante a entrevista concedida ontem ao programa de rádio Tribuna Livre, da FM Capital, Nelsinho afirmou acreditar que a gestão atual na Presidência tem ajudado os municípios e por isso não seria justo “virar as costas” para ela, afirmando contundentemente que prefere Dilma, mas, dando a entender também que iria compactuar com a melhor decisão para que André fosse reeleito.

“A posição isolada do prefeito Nelsinho tem o meu respeito, mas não comunga com a minha posição", deixou claro Jerson, hoje.

O deputado estadual afirmou que, como acredita que a “linha” seguida por Nelsinho não está, segundo ele, de acordo com a solicitada pelo PMDB, o prefeito deveria seguir outro caminho. “Se ele tem pretensões políticas futuras, tem que procurar essa linha então”, referiu-se a Nelsinho buscar apoio ou mesmo filiação no PT.

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Jerosn diz que fica com decisão que André tomar e concorda com posição de não afirmar nada antes do final de março
Foto: Deurico/Capital News

André foi o principal defensor da ideia de lançar Nelsinho candidato ao Senado. Porém, segundo ambos, pesquisa solicitada pelo PMDB para saber qual a opinião da população da Capital sobre a possibilidade teria apontado que a maioria dos entrevistados não querem que ele deixe a Prefeitura até o final do mandato.

O governador também pensou em Simone para o pleito ao cargo pelo PMDB. Mas, após decisão do partido em promover prévias para decidir entre o atual senador Valter Pereira e o deputado federal Waldemir Moka, passou a pensar nela como uma possível candidata a vice ao seu lado na chapa majoritária. André estaria investindo pesado para que isto se torne realidade.

Nelsinho poderia estar se sentido preterido em relação a Simone dentro da legenda, com possibilidade de ela ser então a próxima candidata peemedebista ao governo em 2014 e não ele, se tiver o apoio de André. Ao menos, segundo comentários de bastidores, sem confirmações. A fala de que apoia Dilma poderia ser algum tipo de aviso a André, também segundo informações não oficiais.

Indagado do que pensava sobre estas possibilidades, Jerson respondeu claro e comedido: “Não sei.”

Para Jerson, Nelsinho erra em não consultar a base peemedebista. “A base dele não é dele, é do partido. É do PMDB. É base do partido e o partido não é dele”, reforçou.

Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)

 

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