O governador André Puccinelli (PMDB) continua a alimentar as dúvidas quanto a sua tomada de decisão sobre quem apoiará para candidato à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB). O mais novo impasse sobre o caso surge após a afirmação do presidente regional do PMDB, Esacheu Nascimento, de que André se encontrou com ele e com o deputado federal Michel Temer, o pré-candidato a vice na chapa de Dilma e presidente do PMDB nacional. O governador desmentiu Esacheu na frente de boa parte da imprensa em evento na Governadoria na manhã desta terça-feira (18).
“Tem muita gente falando por mim e estão desautorizadas. Há presunções que podem se aproximar da verdade? Há. Mas, estou obedecendo um calendário que me foi pedido pelo presidente [Lula]. O meu apoio a Dilma ou a Serra ainda não ocorreu e poderá, eventualmente, ocorrer”, comenta André.
Quanto à data para finalizar o assunto, André afirma que, provavelmente, no final deste mês. Mas, como 10 de junho é a data limite imposta pelos tribunais eleitorais, cabe esperar – já que ele já dissera antes que seria em março, depois abril e depois começo de maio.
O Capital News entrou em contato com o presidente Escaheu e ele reafirmou o encontro com André e de André com Temer. “Eu me encontrei com o Michel Temer na semana anterior e o governador falou com ele na semana passada, mas ainda não falei com ele sobre o que conversaram. Ainda esta semana pretendo sentar com ele para saber o que foi falado. Comentamos sobre assuntos do diretório estadual, mas caminhou para o lado político. Falamos da dificuldade de apoiar a Dilma diante da consolidação da campanha do Zeca e por causa disso esse apoio à Dilma está cada vez mais distante. O PMDB em Mato Grosso do Sul caminha para apoiar a candidatura do Serra à Presidência.”
“Não estive com ele [Esacheu], não estive com o Temer. As decisões vão ser tomadas em conjunto. Vamos juntar prefeitos (se possível todos), deputados estaduais, deputados federais, senador – se o Valter continuar no PMDB – e vamos discutir em conjunto. Eu seria voz atuante, mas, posso ser voto vencido. Assim que decidirmos, no mesmo dia, reuniremos a imprensa e falaremos”, fala André à imprensa durante evento na Governadoria.
Quando indagado se Esacheu estaria mentindo, André é mais sereno na resposta. “Ele se enganou. Conversamos por telefone, mas, não comentamos sobre isso.”
Entenda o motivo do aguardo da decisão de André
Nacionalmente, seu partido defende a ex-ministra-chefe da Casa Civil, mas, por aqui, união entre petistas e peemedebistas já se torna inviável após a concretização da pré-candidatura de Zeca para contrapor-se à tentativa de reeleição de André.
O governador, então, vê-se num impasse para fortalecimento de alianças visando permanecer no cargo. Se André decidir por Serra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia fortalecer a campanha de José Orcírio Miranda dos Santos aqui, aumentando as chances do rival.
Já, se preferir Dilma, os velhos aliados PSDB, DEM e PPS (que formam hoje o Bloco Democrático Reformista – BDR, que caminha junto nas deliberações) lançam um terceiro nome para concorrer ao governo do Estado, que seria provavelmente a senadora Marisa Serrano (PSDB) – o que também poderia incorrer em perdas de votos.
Em entrevistas anteriores, André já admitira que sofre pressão de Temer para apoiar Dilma, mas, não se posicionou sobre o assunto.
Por: Marcelo Eduardo e Lucia Morel – (www.capitalnews.com.br)
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