O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve em Dourados (cidade distante 228 quilômetros ao sul de Campo Grande inaugurando obras, como a duplicação de trecho da rodovia BR-163.
Durante seu discurso na manhã desta terça-feira (24) no evento de inauguração oficial dos campi de Dourados e Ponta Porã da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) – já em funcionamento há cinco anos.
Em meio à fala, Lula ressalta que terminará os oito anos de mandato com a vitória sobre um preconceito de que as pessoas. Segundo ele, as três eleições presidenciais que disputou e perdeu (1989, 1994 e 1998), foi derrotado porque as pessoas mais carentes não votavam nele por “medo”. “Eu perdi muitas eleições porque as pessoas mais pobres, que eu pensava que iriam votar em mim, não votavam em mim porque tinham medo de votar em alguém parecido com elas. Então, elas imaginavam, elas imaginavam: ‘Se eu me considero um zé-ninguém, como é que eu vou votar num zé-ninguém? O que é que ele vai fazer por este país?’. Eu, durante muito tempo, fiquei com raiva.”
O tema foi puxado por ele em resposta a uma das críticas que ouviu em todo seu percurso político, a de que, por não ter um diploma de curso superior não estaria preparado ou não teria merecimento para ser presidente. Aproveitou a inauguração de uma instituição de ensino superior para tornar ao assunto.
“Então, eu, cada vez que eu perdia uma eleição eu ficava frustrado porque era preciso encontrar um jeito de convencer as pessoas, que aprendessem a diferenciar o que é o conhecimento que você aprende, o aperfeiçoamento, numa universidade ou numa escola, e o que é a inteligência que está dentro da cabeça das pessoas, sobretudo para a arte de fazer política. Porque fazer política, fazer política... se criou, se criou no Brasil – e eu espero que o meu mandato tenha desmistificado isso –, se criou no Brasil a ideia de que para ser presidente, governador, prefeito ou até deputado, você tinha que ter algum diploma, você tinha que ser doutor em alguma coisa, ou ser fazendeiro, ou ser empresário ou ser alguma coisa. Os de baixo não podiam nem chegar perto, a não ser ir bater palma na época das eleições para os grã-finos que faziam política.”
Lula lembrou que pensou em fazer uma instituição de ensino superior na região por causa de um ato político em 2003 quando uma acadêmica de Medicina teria que ir para Campo Grande para poder estudar pois a universidade ali estava em greve, segundo ele. “Tudo aconteceu por causa de uma menina chorona que queria estudar, e parece que estava em greve, aqui, a Universidade há muito tempo. É uma dessas confusões que de vez em quando acontecem nas universidades brasileiras”, comenta.
Confira a íntegra do discurso do presidente em Dourados transcrito
“Meus queridos companheiros de Dourados,
Meus queridos companheiros do Mato Grosso do Sul,
Meus queridos companheiros Fernando Haddad, da Educação; Paulo Sérgio, dos Transportes; Marcio Fortes, das Cidades; e Alexandre Padilha, de Relações Institucionais,
Meu caro senador Valter Pereira,
Magnífico reitor Damião Duque de Farias, da Universidade Federal da Grande Dourados, por meio de quem cumprimento os pró-reitores da Universidade,
Senhor Ari Valdecir Artuzi, prefeito de Dourados,
Magnífico reitor Gilberto Arruda, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul,
Bispo Redovino Rizzardo, da Diocese de Dourados,
Meu querido Guilherme Ribeiro Martins dos Santos, que falou aqui em nome dos alunos,
Minha querida magnífica reitora Célia Maria da Silva Oliveira, reitora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,
Senhor Amaury Antônio de Castro Júnior, diretor geral do campus Ponta Porã,
Meu querido Jonatas Fernandes, representante dos alunos de Ponta Porã,
Meus amigos,
Minhas amigas,
Companheiros e companheiras,
Eu... primeiro, Fernando, tem uma história que resulta na inauguração desta universidade. Eu tinha esquecido, mas o Damião lembrou. Não foi aqui em Dourados. Eu já era presidente em 2003 quando eu vim fazer uma manifestação, um ato, qualquer coisa em Campo Grande, e uma menina, quando eu desci do palanque, uma menina que eu agora vou procurar a fotografia dela porque os fotógrafos da Presidência registram tudo, a gente deve ter no arquivo... Eu, lamentavelmente, esqueci, senão deveria ter trazido. Uma menina, quando eu desci do palanque, chorando ela me disse que tinha um problema muito sério aqui em Dourados – ela cursava, acho que Medicina, ou estava terminando, ou estava no primeiro ano de Medicina – e era preciso que a gente cuidasse de trazer para cá melhorias da universidade federal para o curso de Medicina. Eu lembro que entreguei ao Tarso Genro, que era ministro da Educação já, na época, foi no finalzinho de 2003 para 2004, entreguei para o Tarso Genro... o nosso companheiro Fernando Haddad era secretário executivo do ministro Tarso Genro, e eles, então, levaram a sério o pedido da menina, e nós hoje estamos aqui para inaugurar uma série de obras na Universidade Federal da Grande Dourados. Então, eu não sei, não sei se essa menina está por aí, se essa menina já se formou – deve ter se formado –, se ela lembra dessa história, mas tudo aconteceu por causa de uma menina chorona que queria estudar, e parece que estava em greve, aqui, a Universidade há muito tempo. É uma dessas confusões que de vez em quando acontecem nas universidades brasileiras.
Bem, mas a minha alegria de estar aqui, Damião, é por outra razão. Nós estamos chegando ao final de um mandato, depois de oito anos, onde nós conseguimos vencer, eu diria, para o bem da sociedade brasileira, uma doença chamada ‘preconceito’ que existia neste país. Eu perdi muitas eleições porque as pessoas mais pobres, que eu pensava que iriam votar em mim, não votavam em mim porque tinham medo de votar em alguém parecido com elas. Então, elas imaginavam, elas imaginavam: ‘Se eu me considero um zé-ninguém, como é que eu vou votar num zé-ninguém? O que é que ele vai fazer por este país?’. Eu, durante muito tempo, fiquei com raiva.
Eu, cada vez que eu perdia as eleições, tinha uma coisa engraçada na minha vida. Eu ia lá para o interior de São Paulo, eu era candidato a governador, aí encontrava gente de classe média, de carro, todo mundo fazia assim para mim. Aí, daqui a pouco, eu olhava para um coitado de um cortador de cana, ele estava assim para mim. Você passava aqui nas ruas de Dourados ou de Campo Grande, você olhava nas lojas, as pessoas faziam assim. Você olhava um trabalhador da construção civil, ele fazia assim. Então, eu, cada vez que eu perdia uma eleição eu ficava frustrado porque era preciso encontrar um jeito de convencer as pessoas, que aprendessem a diferenciar o que é o conhecimento que você aprende, o aperfeiçoamento, numa universidade ou numa escola, e o que é a inteligência que está dentro da cabeça das pessoas, sobretudo para a arte de fazer política. Porque fazer política, fazer política... se criou, se criou no Brasil – e eu espero que o meu mandato tenha desmistificado isso –, se criou no Brasil a ideia de que para ser presidente, governador, prefeito ou até deputado, você tinha que ter algum diploma, você tinha que ser doutor em alguma coisa, ou ser fazendeiro, ou ser empresário ou ser alguma coisa. Os de baixo não podiam nem chegar perto, a não ser ir bater palma na época das eleições para os grã-finos que faziam política.
Então, eu penso que foram muitos anos em que a gente lutou e a gente conseguiu superar. E, para mim, é muito gratificante saber que a Bolívia elegeu um índio para ser presidente da Bolívia; saber que os mesmos Estados Unidos, onde tantos negros foram espancados e uma figura como Luther King foi assassinada, acabam de eleger um jovem negro para ser presidente dos Estados Unidos. Tudo isso é uma lição que a gente vem acumulando desde a lição que a África do Sul nos deu quando elegeu Mandela pela primeira vez.
Então, eu acho que o povo começou a aprender, o povo começou a perceber a diferença entre a arte de fazer política e a arte de ser um bom jogador de futebol, um bom músico, um bom professor de Matemática, um bom professor de Física, um bom químico. O povo começou a perceber que governar é uma ciência que antes de tudo exige duas competências: você saber montar equipe – e montar equipe significa que você tem que colocar pessoas que você não tenha dificuldade de tirar depois, porque se você coloca gente que se acha mais importante do que você, você depois vai ter dificuldade de tirar – e você saber tomar as decisões na hora certa. Você não pode permitir... é como um técnico de futebol: se o ponta-direita não está jogando bem, ou o ponta-esquerda, ou o centroavante, você não pode deixar faltar 39 minutos do segundo tempo para tirar, porque não vai resolver nada. Ou você já (incompreensível) o cidadão na hora certa, para ver se ele marca o gol, ou então é melhor você deixar de ser técnico. Na política é a mesma coisa.
Ora, então para mim, para mim é motivo de orgulho, para mim é motivo de orgulho saber que eu estou terminando o oitavo ano de governo e que o meu Ministro da Ciência e Tecnologia vai à SBPC e é aplaudido de pé pela política de ciência e tecnologia que nós colocamos em prática neste país, porque não era a política do ministro Sergio Rezende, foi uma política feita pelos cientistas que vai, este ano, consumir R$ 41 bilhões de investimento em ciência e tecnologia.
Aliás, aliás, um outro dado importante é que pela primeira vez na história do Brasil, este ano as mulheres serão maioria, que se formarão doutoras nas universidades brasileiras. Sempre, sempre os homens se formaram mais [como] doutores e mestres. Agora as mulheres passaram a ter 51% e os homens, 49%. É a primeira vez na história do Brasil que isso acontece, e nós estamos formando mais doutores, mais mestres, nós estamos investindo mais. Já passamos a Rússia e a Holanda em artigos científicos publicados em revistas especializadas, e o Brasil vai andando para construir a sua revolução educacional.
Então, eu fico muito orgulhoso quando eu vejo o meu Ministro da Educação constatar duas coisas. A primeira é que nós tínhamos um orçamento de R$ 20 bilhões para a saúde [educação] e esse orçamento, agora, passou a ser de R$ 60 bilhões, ou seja, três vezes mais. A segunda é que nós proibimos utilizar a palavra ‘gasto’ quando se fala em educação. Educação é investimento e não gasto, e por isso que as coisas começaram a mudar neste país.
A terceira coisa importante que eu acho que esses companheiros fizeram na educação foi a gente estreitar a nossa relação com a educação. Eu nunca consegui entender, e cansei de perguntar ao Fernando Haddad, cansei de perguntar ao Tarso Genro, por que os reitores, por que os ministros da Educação de governos anteriores, embora fossem reitores, e os presidentes da República, embora fossem doutores, não se reuniam com reitores? Qual era a doença pegajosa que tinham os magníficos reitores e reitoras deste país, que presidente tinha medo de reitor, e ministros da Educação – embora o último, antes do nosso governo, tivesse sido reitor na Unicamp – também não gostavam de reitor? Não gostavam de reitor, não gostavam de prefeito, não gostavam de estudante, não gostavam de trabalhador, não gostavam... Na verdade, eles não gostavam era de governar. Na verdade, eles não gostavam era de governar. Porque Deus, porque Deus, na sua sabedoria infinita, quando criou a nossa espécie, Ele nos fez com duas orelhas e uma boca para a gente ouvir mais do que falar. Então, as pessoas, as pessoas não gostam de ouvir.
Vocês se lembram, nunca um presidente da República teve coragem de ir a uma Marcha de Prefeitos. Os prefeitos chegavam em Brasília, quem esperava os prefeitos eram os soldados, com cachorros policiais. Oito anos do meu mandato, [há] oito anos eu vou na Marcha dos Prefeitos, com mais de 20 ou 30 ministros, para falar com os prefeitos. Todos os anos eu me reúno com todos os reitores das universidades federais, mas também com os institutos de... com os Ifets e com todos os reitores do ensino médio brasileiro.
Nós queremos mostrar para o Brasil que não é possível a gente governar este país se a gente não entender a megadiversidade da sociedade brasileira, se a gente não compreender que nós temos que conhecer os mais diferentes brasis para a gente governar igual, mesmo esses brasis sendo diferentes.
Por exemplo, por exemplo, vocês vejam uma coisa: nós fizemos a Conferência de Comunicação. Foi uma conferência poderosa. Nós, agora, estamos discutindo o marco regulatório para cuidar da comunicação e telecomunicação no Brasil porque o marco regulatório que nós temos é de 1962, não tem nada a ver com o que existe hoje no mundo. Pois bem, isso vai permitir que o povo de Campo Grande continue assistindo aos programas do Rio de Janeiro, aos programas de São Paulo, mas nós precisamos criar as condições, a partir do momento da nova regulamentação e da TV digital, [para] que as televisões de Campo Grande tenham programas aqui, sobre a cultura de Dourados, de Campo Grande e do estado. Que o povo conheça a cultura de cada estado. Por que somente o povo do interior é obrigado a ver o que acontece em São Paulo e no Rio, e o Rio não é obrigado a ver o que acontece no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul, no Amazonas, em Roraima? É preciso que a gente tenha essa possibilidade de diversificar e democratizar porque, senão, as coisas não funcionam. E foi isso que nós fizemos na educação.
Este moço, este moço, que eu acho que a história se encarregará de fazer o julgamento de cada um de nós, é responsável direto por parte das inovações. O ProUni, ele não teve vergonha de dizer um dia, publicamente, que foi ideia da mulher dele, porque normalmente, nós somos uma sociedade em que o homem se acha mais inteligente ou mais esperto, então, tudo é cria do homem. Não, ele publicamente falou: ‘Presidente...’ – publicamente, não só para mim – ‘foi a minha mulher que pensou o ProUni’. E o ProUni é uma coisa genial, porque tinha um imposto que as universidades privadas não pagavam; nós apenas transformamos esse imposto que eles não pagavam em uma bolsa de estudo para as pessoas mais pobres da periferia. Hoje, já são 704 mil jovens que estudam no ProUni, dos quais... dos quais... O Fernando Haddad, junto comigo, nós participamos lá, em Brasília, da primeira turma – eram 414 meninos e meninas que se formaram médicos pelo ProUni. Onde eles conseguiriam se formar em Medicina, se não fosse o ProUni? Ou se a gente não tivesse criado o Reuni, que mais do que duplicou as vagas oferecidas historicamente pelas universidades federais.
Então, essa revolução ainda não é definitiva. Nós estamos em um processo, nós estamos em um processo. Por quê? Porque embora o Brasil tenha crescido, a economia melhorou... O Ministro dos Transportes me disse: “Aqui no Mato Grosso do Sul nós investimos R$ 2 bilhões para recuperar as estradas deste estado. Enquanto em governos anteriores se gastava 50 milhões por ano, nós gastamos por ano o equivalente a 250 milhões aqui neste estado”. No Brasil, nós estamos pagando, por mês, tudo que era investido em um ano em governos passados.
Então, melhorou a economia, melhorou o emprego. Você veja que enquanto nos Estados Unidos, enquanto na Europa, nós tivemos 16 milhões de pessoas desempregadas em 2008 e 2009, no Brasil, eu vou terminar o meu mandato com mais de 14,5 milhões de empregos criados com carteira assinada; 89% dos acordos salariais são acima da inflação, até aposentado já ganha aumento real de salário neste país.
Nós começamos um processo que ainda falta muito para fazer, mas nós aprendemos o caminho, nós aprendemos e construímos a primeira trilha, que deverá ser seguida, aberta, pavimentada, consolidada, porque o Brasil nunca mais vai aceitar ser tratado como se fosse um país de segunda classe. Nunca mais vai descer aqui, nos aeroportos do Brasil, um homem e uma mulher do FMI para dizer o que a gente tem que fazer aqui. Nós, não só... nós, não só não devemos nada a eles, como eles agora nos devem US$ 14 bilhões. Qualquer dia, meu caro Damião, qualquer dia, sou eu que vou mandar uma equipe minha para fiscalizar o FMI, para saber se ele está cuidando direitinho do nosso dinheiro.
O Brasil aprendeu ... o povo brasileiro aprendeu a gostar de si, ou seja, não era aquele negócio de ‘eu não valho nada, eu não sou nada; ah, quem é bom é não sei quem, quem é bom é não sei quem; tudo que vem de fora é melhor’. Uma bobagem de um povo que foi historicamente colonizado, culturalmente colonizado. Eu penso que nós aprendemos a levantar a cabeça. E isso a gente aprende no berço, a gente não aprende na universidade. Andar de cabeça erguida a gente aprende... é o caráter que a gente aprende dentro de casa, formado pelo pai e pela mãe da gente.
Então, eu gosto muito de todo mundo, gosto muito dos meus amigos presidentes europeus, gosto do Obama, gosto... agora, é o seguinte: nós somos iguais. Ninguém é melhor do que eu, e eu também não sou melhor do que ninguém. Eu quero que respeitem o Brasil, como o Brasil respeita todo mundo.
Portanto, companheiros e companheiras, é com muita alegria, é com muita alegria que a gente dá mais um passo. Imaginem vocês a minha alegria no dia 31 de dezembro, quando chegar à meia-noite, que terminar o meu mandato, eu poder dizer: Puxa, vida! Logo eu, que sou o primeiro presidente do Brasil que não tem diploma universitário, já sou o presidente que mais fez universidades neste país, mais extensões universitárias, mais escolas técnicas! Então, é motivo de orgulho.
O dado concreto... qual é o dado concreto e objetivo? É que o paradigma mudou, o paradigma mudou: as pessoas sabem que vão ter que fazer mais, porque ninguém pode fazer menos que um peão, ninguém pode... Porque aí eu vou estar cobrando: espera aí! Nós temos um paradigma, um paradigma para reforma agrária; um paradigma para a política indigenista, para a política indígena; um paradigma para os quilombolas; um paradigma para as minorias que, muitas vezes, são tratadas como se fossem de segunda categoria, neste país; um paradigma para todos os portadores de deficiência; um paradigma para todos aqueles que vivem na rua. Mudou o paradigma, mudou.
Então, o Brasil aprendeu a ser melhor do que ele era, e nós gostamos disso, porque acabou aquela história de achar que pobre gosta de miséria, que pobre gosta de miséria. Já em [19]78, Joãosinho Trinta, que era o carnavalesco da Beija-Flor, criticado em [19]78 porque a Beija-Flor utilizava muitas coisas bonitas, ele disse: “Quem gosta de miséria é intelectual, o povo gosta de luxo!”. Vocês sabem? Eu descobri que isso é verdade, sabem por quê? Eu fui, uns três anos atrás, fazer uma política para diminuir o preço do material da construção civil. A gente queria reduzir impostos em toda a cadeia de materiais da construção civil. Aí, está lendo lá a lista lá, de impostos: fio, tijolo, telha, não sei das quantas, tal; aí, faltava azulejo e faltava lajota, aquela que faz o piso. Eu falei: companheiro, cadê o azulejo e a lajota? “Ah, não, isso é coisa de rico”. Ah, gente, se o pobre pudesse, ele colocava até no travesseiro, azulejo; quanto mais colorido, melhor. Então, se criou a mania de que pobre gosta de comer mal, gosta de morar mal, gosta de se vestir mal, gosta... Ô, gente, pobre gosta de tudo que é bom no mundo, é só dar a ele oportunidade para ele ter!
Então, eu quero dar os parabéns a vocês e agradecer... agradecer à estudante de Medicina anônima, porque eu não tenho o nome dela, que, um belo dia, me cobrou, no palanque, que tinha que fazer isso que a gente está fazendo aqui hoje. Isso me dá a lição: quando a gente tiver dúvida, ouça o que vem do povo, que a gente acerta mais do que erra.
Um abraço e até outro dia, se Deus quiser.”
Fonte: Presidência da República
Por Marcelo Eduardo - (www.capitalnews.com.br)
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