“São vários pontos primordiais, mas, o principal deles é que vamos retirar a farmácia da categoria de quitanda”, afirma o presidente do CRF-MS (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul), Ronaldo Abrão, sobre as novas regras divulgadas dia 18 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre a exposição e venda de medicamentos. A citação do farmacêutico foi específica sobre a norma de que somente produtos relacionados à saúde poderão ser comercializados em farmácias e drogarias de todo o Brasil.
Conforme as recentes normas, as farmácias devem alertar, com cartazes, sobre os riscos da automedicação, além de várias outras medidas estabelecidas. As mudanças devem ser feitas num prazo de seis meses.
Todos os medicamentos que não precisarem de receita médica para comercialização podem ficar ao alcance do cliente. Todos os demais ficam atrás do balcão.
“Estamos fazendo o certo. Considero como se fosse um marco o setor da Saúde do Brasil. Estamos tirando da mão do consumidor o remédio. A população corre risco enorme com a automedicação. Vamos defender a população, mesmo que ela não queira. E ela não quer porque não tem informação. Se o consumidor alcoolizado tomar um Paracetamol pode morrer. Se o consumidor souber que se ele estiver tomando Gincobiloba e tomar um AAS pode ter sangramento até por conta de uma úlcera”, explica Ronaldo.
Daqui para frente, apenas os funcionários das farmácias podem ter acesso direto aos medicamentos.
Internet e telefone
Só podem vender pela internet e telefone, aquelas farmácias credenciadas abertas ao público. E, quando for entregue o pedido, uma documentação com nome de farmacêutico e telefone para contato direto com o profissional deve ser levada junta. Remédios tarja preta só podem ser comprados pessoalmente.
Além disso, as farmácias terão autorização (desde que solicitem oficialmente) permissão para ter um profissional qualificado para medir temperatura, taxa de glicose, aplicar medicamentos, aferir pressão e furar orelha para a colocação brincos.
“Antigamente, não se podia fazer isso. Dessa forma, haverá um uso racional dos medicamentos. O farmacêutico continua não podendo transcrever medicamentos, que é função do médico, mas vai poder fazer uma rastreabilidade. Ele vai poder, por exemplo, aferir a pressão do paciente e, caso perceba que pode influir na recuperação, pode dizer para ele procurar um médico porque assim, o remédio pode não ter o mesmo efeito. Então, não é exame válido como laboratorial, mas, como auxílio valioso no atendimento ao paciente”, expõe o farmacêutico Ronaldo Abrão.
Farmacêutico pode recusar receita
“O Farmacêutico pode recusar a receita caso esteja incompleta ou rasurada ou ilegível. Muito da medicação errada é por conta de prescrição incorreta. Com isso, esse problema também acaba”, acredita Ronaldo Abrão.
A intenção da Anvisa é para que o consumidor e o farmacêutico tenham correta noção da medicação a ser indicada.
Confira a íntegra da resolução da Anvisa
Confira a lista de medicamento que podem continuar ao alcance direto do consumidor
Veja quais os únicos produtos que podem ser comercializados em farmácias e drogarias
Por: Marcelo Eduardo - Capital News
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