Cléber Júnior Garces, de 26 anos, e Fábio Teixeira Severo, 25 anos, acusados de envolvimento direto na chacina do Canaã I, em 2007, que vitimou uma família inteira, foram condenados ontem por unanimidade pelo júri popular, em Dourados. Cleber foi condenado a 112 anos e quatro meses de prisão e Fábio, condenado a 101 anos de prisão.
O julgamento foi o mais longo do ano, durando cerca de 11hs. Apesar da votação unânime de sete a zero, a decisão ainda cabe recurso.
A dupla foi condenada pela morte de quatro pessoas de uma mesma família, sendo duas crianças. O julgamento começou às 9h e só foi terminar no início da noite de hoje.
Cléber confessou ter sido o responsável direto pela execução das vítimas já Fábio deu apoio e não fez posse de arma. O crime foi praticado na madrugada do dia 23 de março de 2007, um domingo.
Foram assassinados com tiros na cabeça Vera Lúcia Leonardo Daliaste; Bruno Rodrigues de Oliveira, 13, Natália Rodrigues Lucas, 8 anos; e ainda com tiros no peito e costas Abrão Israel Lucas.
Quando foi preso, Cleber disse em depoimento que matou, porque Abraão pediu para que ele baixasse o volume do som. “Ele veio com ignorância. Disse que precisava dormir já que não era vagabundo como a gente. A princípio eu não iria matá-lo mas acabou acontecendo”, relatou. O relato reforçou a tese de que as vítimas foram mortas por motivo fútil, durante o julgamento.
O jovem teria saído de uma festa e se deslocado para a casa da namorada. Lá ele teria iniciado uma outra festa na vizinhança. Abraão teria pedido para abaixar o som e depois ligou para o 190 da Polícia Militar, pedindo providências. O Grupo Getam esteve no local e solicitou ao dono da casa para diminuir o volume, foi quando Caiçara resolveu se vingar.
Quanto as crianças, o acusado relatou que a menina teria acordado e levantado. O menino, teria apenas levantado a cabeça. “Mandei eles se deitarem e executei as crianças quando elas estavam de cabeça baixa”, confessou. Segundo o acusado, a morte dos menores aconteceu por medo dele ser reconhecido.
Além da prisão da dupla que foi condenada, outras duas pessoas foram detidas, uma delas, a namorada de Cleber, uma adolescente que na época tinha 14 anos, que era vizinha das vítimas. Ela teria ficado do lado de fora, vigiando, enquanto Cleber executava as vítimas. De lá, o carro da família vítima da chacina foi levado para outro local, para despistar a polícia e dar a impressão de que se tratava de um roubo.
A adolescente, após ficar pouco mais de 30 dias numa Unei (Unidade Educacional de Internação), foi colocada em liberdade.(Com informações de Dourados Agora)
Por Jefferson Gonçalves - Capital New
