Procurador aposentado, Carlos Alberto Zeolla, é acusado oficialmente pelo Ministério Público do Estado (MPE) – instituição da qual é membro – por matar o sobrinho, Cláudio Zeolla, 23, em março de 2009. O caso já dura 1 ano e 7 meses.
A acusação foi recebida nesta quarta-feira (6) pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete. A defesa tem 10 dias para responder.
A denúncia havia sido suspensa em abril, por conta de novo pedido de exame de insanidade mental. As análises primeiras foram feitas por peritos convocados pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS). Os resultados foram impugnados pela defesa.
Por conta das impugnações, o psiquiatra Guido Arturo Palomba, com 30 anos de carreira e mais de 10 mil laudos psiquiátricos aferidos, passou a ser responsável pelo laudo final. Ele foi o responsável, por exemplo, pelo laudo no caso Suzanne Richtoffen, condenado por ter tramado a morte dos próprios pais, assassinados com seu apoio.
Em 20 de setembro, o TJ-MS publicou a avaliação psiquiátrica feita por Palomba sobre Zeolla. O procurador aposentado foi considerado parcialmente capaz. Se ele fosse considerado incapaz, o processo seria arquivado, mas, agora, terá continuidade.
Ele poderiaresponder por homicídio simples cuja punição se considerado culpado seria de 6 anos a 20 anos de prisão. Porém, com o resultado do laudo psiquiátrico de Palomba, e com o recebimento da denúncia, o processo corre na Justiça novamente, com audiências de defesa e acusação, e por fim, o juiz pode levar o caso a Júri Popular.
Crime
Carlos matou o sobrinho com um tiro na nuca, às 7h30 do dia 3 de março, na Rua Bahia, no instante em que Cláudio Alexandre Zeolla chegava à academia.
No mesmo dia ele confessou o crime e foi preso. O ex-promotor ficou uma semana num quarto na sede do Grupo Armado de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros (Garras) e após um surto de esquizofrenia, foi internado na clínica psiquiátrica Carandá, onde permanece até hoje.
As informações, até o momento, dão conta de que o ex-empregado teria somente ajudado Zeolla com o transporte. Ele pegou o patrão na casa, o levou para o Horto Florestal (onde Zeolla fez uma breve caminhada) e depois o teria encaminhado ao local do crime. Após isso, teria levado Zeolla ao Rio Guariroba, na saída para Três Lagoas. Lá, Zeolla jogou o revólver utilizado no crime – encontrado depois pela Polícia.
Condução de veículo sem habilitação e indícios de atos infracionais teriam sido os motivos para que a Vara do Tribunal do Júri supostamente solicitasse as apurações.
Zeolla, que permanece internado, foi aposentado pelo Ministério Público do Estado (MPE) e continua recebendo salários normalmente, o equivalente a R$ 22 mil por mês. Mas, perdeu o direito a foro privilegiado.
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
Veja também:
05/08/2010 - 16:42
Analista do caso Suzane Richthofen deve emitir laudo sobre caso Zeolla
26/05/2010 - 08:11
Escolhido promotor do caso Zeolla
Policial - 25/05/2010 - 09:01
Zeolla deixa clínica e passa por exames
Policial - 12/05/2010 - 12:10
Ex-funcionário de Zeolla pode ser investigado
12/05/2010 - 12:10
Funcionário de Zeolla pode ser investigado
24/09/2009 - 07:02
TJ-MS marca exame sobre sanidade mental do ex-procurador Carlos Zeolla, assassino confesso
22/09/2009 - 16:25
Zeolla tem "patologia mental grave"
25/06/2009 - 12:44
Zeolla continuará internado em clínica "chique"
25/06/2009 - 12:44
Zeolla continuará internado em clínica "chique"
05/03/2009 - 15:54
Advogado irá recorrer ao TJ para liberar procurador
04/03/2009 - 11:58
Procurador matou sobrinho por "motivo fútil"
04/03/2009 - 07:12
Procurador já está preso acusado de ser autor dos disparos que mataram sobrinho
03/03/2009 - 16:47
MPE divulga nota lamentando crime envolvendo procurador